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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Missionário NILS KASTBERG

Missionário sueco, evangelista, pastor das Assembléias de Deus de Belo Horizonte (MG) e do Rio de Janeiro (RJ), ensinador, redator do Mensageiro da Paz , comentarista de Lições Bíblicas da escola dominical e escritor. 

       
            Nasceu em 5 de janeiro de 1896, em Hållnäs, Uppland, Suécia. Aos 23 anos, recebeu a chamada de Deus e tornou-se evangelista da Missão de Örebro. Impulsionado pelo avivamento pentecostal, trabalhou como missionário na Estônia, de 16 de maio de 1923 até 11 de novembro de 1927.
           
           Eufrosyne Kastberg nasceu em Västerås, em 17 de janeiro de 1900. Em 1922, quando Gunnar Vingren, em visita à Suécia, pregou na igreja de Enköping, dirigida pelo pai de Eufrosyne, pastor Elias Hane, ele profetizou que ela seria missionária no Brasil. Kastberg registrou o momento:
           À tarde, quando estávamos nos preparando para tomar café antes de irmos para o culto, Eufrosyne – que naquele tempo ainda não era casada comigo –, ofereceu uma xícara de café para Vingren, mas ele disse: “Agora não         posso tomá-lo”.  E imediatamente começou a falar em outras línguas e profetizar.
        Através dele o Senhor nos disse, entre outras coisas: “Neste momento manifestarei o             meu poder”. Imediatamente Eufrosyne, que havia se sentado numa cadeira de balanço,         começou a falar em línguas e glorificar a Deus em voz alta. Ela buscara o batismo com         o Espírito Santo durante bastante tempo, e naquele momento estava recebendo a                   promessa! Depois que ela foi batizada com o Espírito Santo, Vingren pôs a sua mão               sobre ela e disse: “Irás ao Brasil!”. A chamada veio seis anos depois, como uma                     confirmação da profecia de Vingren, quando ela, que já era minha esposa, viajou                   comigo para o Brasil. 
       Depois que Eufrosyne recebeu o batismo com o Espírito Santo, pudemos então tomar          café, mas ainda louvando a Deus com júbilo. ( Diário do Pioneiro , pp. 215, 216 ).

       Kastberg casou-se com Eufrosyne em 24 de agosto de 1924 e
foi pai de quatro filhos: Nils-Ivan, Nils-Eber, Gull-Eivon e Gull-
Britt.
       Após receberem a chamada de Deus para trabalhar no Brasil,
foram enviados pela Igreja Filadélfia de Estocolmo.
       Em 7 de junho de 1928, desembarcou com sua esposa em Recife (PE), sendo recebidos pelo missionário Joel Carlson, que pastoreava a igreja naquele Estado. Os primeiros meses foram de adaptação e de aprendizado do idioma. Não tardou muito em iniciar suas atividades, pois acompanhava os crentes em suas visitas às cidades do interior. Em janeiro de 1929, participou, com alguns crentes, de uma visita à igreja dirigida pelo pastor Cícero Canuto de Lima, na Paraíba.
        De 1929 a 1931, Kastberg dirigiu a AD de Recife, durante a ausência de Joel Carlson, que viajara à Suécia. O período em que dirigiu o trabalho ali foi de muito progresso, tanto no interior como na capital.
Missionário Nils Kastberg e família

        Em 1931, com a transferência de Clímaco Bueno Aza de Belo Horizonte (MG) para Juiz de Fora, para organizar uma Assembléia de Deus ali, Kastberg foi convidado pela igreja da capital mineira para assumir sua direção. A posse se deu em 2 de agosto daquele ano.
        Em seu pastorado, a igreja de Belo Horizonte e do interior mineiro se expandiu consideravelmente. Em 1932, Kastberg realizou a primeira Convenção Estadual da AD em Minas Gerais. O crescimento provocou o ódio dos opositores. 
Em uma de suas visitas ao bairro Venda Nova, enquanto dirigia um culto, foi cercado por uma multidão que, quebrando um muro, o apedrejou.
       Em abril de 1933, Nils Kastberg deixou o pastorado da AD mineira, sendo substituído por Anders Johansson.
        Transferindo-se para o Rio de Janeiro, assumiu, em 8 de julho de 1934, o pastorado da Assembléia de Deus de São Cristóvão. A igreja ali não tinha casa própria. O salão de cultos, à Rua Figueira de Melo 232, era insuficiente e inadequado para uma igreja situada na então capital do país. Por isso, em 1937, começou uma campanha para construção do templo. O local escolhido foi o Campo de São Cristóvão 338. Com o apoio financeiro vindo de todo o país, em 4 de março de 1938,
inaugurou o novo templo, com repercussão em todo o território nacional.
       Após essa vitória, em 27 de novembro de 1938, entregou o pastorado a Samuel Nyström*. Entre outras cidades onde os trabalhos foram dirigidos por ele, está Nova Friburgo (RJ). Kastberg deu avanço aos trabalhos da AD local.
       Nils Kastberg nunca recebeu salário da igreja brasileira. Em certa ocasião, foi votada em seu favor a importância de 60 mil réis, para ajudar no pagamento da garagem onde a igreja que dirigia se reunia. Mas ele destinou essa quantia às obras de construção do novo templo. Sua ajuda financeira vinha exclusivamente da Missão Livre Sueca.
       Era um homem cheio do fogo do Espírito Santo. Sempre cantava os hinos em ritmo acelerado, como para divergir da monotonia das canções entoadas em outras igrejas da época. Instava com o povo para que se mantivesse animado. Sempre
comparecia aos cultos ao ar-livre.
      Durante a construção do templo em São Cristóvão, carregava tijolos em um carrinho, esquivando-se de um dos membros chamado Gênesis, que o admoestava nesses casos. Grande companheiro, ele gostava de honrar os outros obreiros. Por
ocasião da Santa Ceia, costumava entregar a direção do culto ao pastor Paulo Leivas Macalão.
      De três em três meses, Kastberg promovia, no Rio, uma confraternização. Chamava-a de “reunião para acertar os relógios”, à qual compareciam todas as igrejas da capital federal e Estados vizinhos. Nessas reuniões era uni􀁉icada a doutrina das Assembléias de Deus. Foi secretário da assembléia geral da CGADB em 1932, e vice-presidente em 1935.
      Deixou o Brasil em 1938, para trabalhar na Argentina. Chegou a esse país em 17 de novembro de 1940, após ter passado um período na Suécia. Na Argentina, trabalhou em Buenos Aires e em Rosário.
      Kastberg foi grande incentivador da literatura e da imprensa nas Assembléias de Deus. Trabalhou como redator do Mensageiro da Paz no período de 1932 a 1939. Foi ele quem convidou Emílio Conde para se dedicar em tempo integral ao jornal e que se
tornou primeiro jornalista da CPAD. Escreveu três livros: Alerta (anos 30), A Igreja , e Sangue e fogo (1947). A Harpa Cristã contém dois de seus hinos, compostos em parceria com Emílio Conde* (342 – “As Cordas do Coração” e 486 – “Vasos
Transbordantes”). Ele também foi colaborador dos jornais Boa Semente , Som Alegre e Mensageiro da Paz , do qual foi diretor por vários anos. Comentou 16 trimestres da revista Lições Bíblicas , da Escola Dominical. Ele foi um dos principais apologistas das doutrinas pentecostais na década de 30, escrevendo artigos nos periódicos da CPAD e ensinando em escolas bíblicas. Quando ocorreu a primeira grande dissensão nas Assembléias de Deus no Nordeste, por causa de ensinos
calvinistas, Kastberg defendeu firmemente a posição doutrinária da Assembléia de Deus em duas edições do Mensageiro da Paz.
         Sua esposa, Eufrosyne, era dedicada à música na igreja, tocando instrumentos e liderando o coral. São de sua versão os hinos 295, 297, 302, 305, 351 e 447 da Harpa Cristã.
         Nils Kastberg morreu em 20 de fevereiro de 1978, num acidente automobilístico na Argentina, onde ainda trabalhava como missionário. Eufrosyne morreu na Suécia, em 19 de março de 1988.

Fonte: Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD)

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