Chegando lá.

Este blog tem o objetivo de aproximar-me mais de você amigo blogueiro e através do mesmo compartilhar idéias, artigos interessantes, fotos, poemas e pensamentos. Desde já agradeço pelo teu prestígio, companhia e comentários. Sejam Bem Vindos!



segunda-feira, 23 de abril de 2012

Missionário Nels Julius Nelson

Missionário sueco, evangelista, pastor, ensinador e antigo líder nacional das Assembleias de Deus.


Nasceu em 14 de julho de 1894, na casa de seu tio Emil Älgström, no Soldats Hemmet, pois seus pais residiam com esse parente, até que se mudaram para Nedre Älgestad, Estado de Värmlad, na Suécia. Em dezembro de 1912, o jovem Nels Julius Nelson chegava à cidade norte-americana de Minneápolis, Estado de Minnesota. Nos Estados Unidos, foi recebido pelo seu tio, que era pentecostal. Nels se estabeleceu em Minneápolis e tornou-se membro da igreja luterana, apesar das insistências de seu tio e primos para que aceitasse a fé pentecostal. No entanto, certa noite,chegou em casa profundamente triste, sem responder os cumprimentos de seus parentes, e trancou-se em seu quarto. Estava possuído por uma profunda convicção de seu estado pecaminoso. Não adiantava pertencer a outra igreja. Era um pecador e Jesus ainda não habitava o seu coração. Desesperado, levantou-se e acordou seu tio, pedindo que orasse por ele. Após a leitura da Palavra de Deus e oração, Nels Nelson aceitou Jesus como Senhor e Salvador de sua vida.

Em 15 de abril de 1915, já frequentando uma igreja pentecostal, a Scandinavian Assemblies of God, do pastor Artur F. Johnson, foi batizado nas águas. Em 19 de novembro de 1916, o Espírito do Altíssimo desceu do céu sobre Nels Nelson, como uma luz quente, límpida e serena, fazendo-o falar em línguas estranhas. Um transbordamento de júbilo e êxtase cobriu-lhe a face. Naquele momento, recebeu a virtude do Espírito Santo, que o faria uma fiel testemunha de Jesus Cristo, tanto entre seus familiares como na Suécia, nos países circunvizinhos e até nos confins da terra.

No dia 7 de outubro de 1917, aos 23 anos de idade, o jovem Nels Nelson foi consagrado pastor na Scandinavian Assemblies of God in the United States of América, Canada and Foreign Lands (Assembleias de Deus Escandinavas nos Estados Unidos da América, Canadá e Países Estrangeiros). Havendo trabalhado alguns anos na América, seu coração se encheu do desejo de ser testemunha de Cristo em outros países e sentiu que Deus o queria no Brasil. Diante do chamado do Senhor, o jovem missionário não perdeu tempo.

Um dia, orando na casa de seu tio, o Senhor falou-lhe pela primeira vez que o queria evangelizando um outro país. Guiado pelo Senhor, visitou seus pais na Suécia, falando-lhes do amor de Jesus. No dia 21 de março de 1921, desembarcou em Belém do Pará, aos 26 anos, vindo dos Estados Unidos, sem vínculo missionário-financeiro com nenhuma denominação estrangeira, apenas com a promessa de ofertas de crentes norte-americanos que se comprometeram sustentá-lo durante todo o tempo que estivesse no Brasil. Somente em 1947, após quase 30 anos de trabalho missionário, foi reconhecido pela Missão Livre Sueca. No entanto, seu trabalho de evangelização seria considerado mais tarde o alicerce das Assembleias de Deus no Norte e Nordeste do Brasil.

Nels Nelson, então um jovem, chegava à Belém do Pará com disposição para enfrentar as vicissitudes e os perigos de sua nova missão. Não lhe foi difícil adaptar-se, porque seu desejo era trabalhar e ganhar almas para Deus. Na capital, permaneceu apenas três meses, tempo que gastou no aprendizado da Língua Portuguesa.

Em 1924, o missionário Gunnar Vingren transferiu-se para o Rio de Janeiro. Em seu lugar, nesta igreja, ficou o irmão Samuel Nyström. O missionário Nels Nelson aceitou o convite para auxiliá-lo, fazendo-o fielmente por longos anos. Com aquela sinceridade que lhe era peculiar, cooperou tanto no serviço da igreja como na imprensa.


Foram mais de 40 anos de liderança espiritual e administrativa entre as Assembleias de Deus, pregando, visitando, indicando pastores para assumir o trabalho em campos do Norte a Sul do país, assumindo algumas vezes a direção dos trabalhos, viajando em embarcações fluviais (as zhatas) sobre o rio Amazonas, indo ao Maranhão, Piauí, Ceará, Mato Grosso, a territórios e ao arquipélago de Marajó. No final de 1925, já havia organizado o trabalho nas ilhas e passado a direção aos obreiros locais, tornando-se livre para atender à obra no extremo Norte e no Nordeste.

Em 1927, assumiu interinamente por sete meses a direção da AD de Porto Alegre (RS), pois seu líder, missionário Gustav Nordlund, viajara à Suécia para visitar seus familiares. Nesse período, 40 novos crentes foram batizados nas águas, no Rio Grande do Sul.
Em virtude da transferência do missionário Samuel Nyström para o Rio de Janeiro, em 1930, Nels Nelson assumiu o cargo de pastor-presidente da AD em Belém do Pará. Continuou em Belém por 20 anos. Nesse período, deu prosseguimento às escolas bíblicas de curta duração, que trouxeram grandes benefícios aos obreiros em todo o Brasil, e criou classes de estudos bíblicos nas igrejas, para treinamento da mocidade.


Quando já pastoreava a AD de Belém por dez anos, Deus concedeu-lhe uma companheira, a brasileira Lídia Rodrigues, filha de Manoel Maria Rodrigues, um dos 18 crentes batistas que fundaram a Assembleia de Deus, em 1911. Ao casar-se, em 1935, Nelson já contava com 40 anos de idade. Tiveram três filhos: Esther Eunice, Samuel Lewi e Ruth Alice. 

No mesmo ano do seu casamento, o missionário Gustav Nordlund, precisando ir à Suécia, convidou-o novamente para substituí-lo em Porto Alegre enquanto estivesse fora. Durante nove meses, Nels Nelson liderou a AD gaúcha, período em que 208 pessoas aceitaram Jesus, sendo 151 batizadas em águas por ele. Em seguida, retornou a Belém, para dar continuidade ao trabalho ali.
Nelson desenvolveu também um grande trabalho social no Pará. Havia muita pobreza nas ilhas nortistas, tanto material como espiritual. Por isso, levava sempre a sua canoa repleta não só de folhetos e porções da Palavra de Deus, mas também de peças de roupas e sapatos. Sempre um grande número de homens, mulheres e crianças esperavam o homem de Deus nas margens dos rios, onde recebiam algo de que necessitavam.
Gostava muito de cantar e incentivava a música na igreja. Consta como de sua versão, o hino 311 da Harpa Cristã, "Jesus meu Salvador".
Foi um verdadeiro líder, cujo apostolado foi confirmado por todo o território nacional. Nos seus últimos dias, não mais pastoreava igrejas. Dedicava-se a supervisionar todo o trabalho do Norte e a dirigir estudos bíblicos. Velador da disciplina era um pacificador, de ação moderada e sábia, características que o notabilizaram durante sua estada entre nós.

Em 1946, foi eleito presidente do Conselho Administrativo da CPAD, tornando-se um incansável propagador dos ideais da Casa. Promoveu a manutenção e o progresso da editora, chegando a visitar os Estados Unidos, Finlândia, Noruega e Suécia, pleiteando ajuda em favor da CPAD. Em 1949, presidiu a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, realizada no Rio de Janeiro.

Em 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde pastoreou a AD em São Cristóvão até 1957, ano em que começou a sentir os sintomas da doença que o levaria à morte. Passou os seis últimos anos de sua vida deslocando-se invariavelmente para as igrejas do país onde sua presença se fazia necessária. Nesse período, chegou a confessar em lágrimas: "Se eu soubesse quando seria a minha morte, embarcaria para findar a minha carreira na Amazônia, onde a comecei".


Além de receber de Deus o dom do Espírito Santo para ensinar, ele era dotado de um discernimento formidável, o qual exercitou durante anos de trabalho, especialmente nas vezes em que ministrava a Palavra de Deus durante as Convenções Estaduais e Nacional.

Em 1962, trabalhou ininterruptamente, pregando, dirigindo estudos bíblicos e visitando o interior de Estados brasileiros. Retornou a Belém, depois foi a Curitiba, de lá a Manaus, Recife (onde participou da Convenção Geral em novembro) e, por fim, Rio de Janeiro.

Às 15h15 do dia 5 de março de 1963, todas as atividades foram suspensas na CPAD devido à notícia do falecimento do chamado "Apóstolo da Amazônia", Nels Julius Nelson. Na madrugada daquele dia, Lídia Nelson ouvira, no Hospital Evangélico da Tijuca, no Rio, onde fazia companhia a seu marido, um som de violino a invadir o silêncio dos corredores. A música era "Oh! Que doce lar!" Curiosa, não sabendo de onde vinha aquela melodia suave, aproximou-se do leito, onde estava Nelson. Ele dormia tranquilamente.

À tarde, uma multidão acompanhou o seu enterro, no Cemitério do Caju. Pastor Alcebíades Pereira Vasconcelos, que esteve ao seu lado nos últimos momentos, escreve: "Vi morrer um grande! Vi morrer um forte! Vi morrer um justo! E ao vê-lo, um único pensamento subiu ao meu coração: o de agradecer a Deus por aquela vida que Ele graciosamente dera ao Brasil, como testemunho do seu amor para com os filhos deste grande país". O jornalista Emílio Conde acrescentou: "Foi um sol que nasceu brilhando com muita intensidade e que desapareceu quando chegou o ocaso".

Nels Nelson sempre dizia: “Preciso manter o meu coração e mente livres de ressentimentos, para que eu possa estar preparado para me apresentar diante de Deus e de sua Igreja com a mensagem de sua Palavra. Pois, como poderei receber algo de Deus estando com o coração cheio de coisas estranhas?”.

ANEXOS:



Samuel Nyström e Nels Julius Nelson na AD de São Cristóvão


Missionário Nels Nelson, no Jubileu de Ouro d
a AD em Belém do Pará