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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Hino 304 da Harpa Cristã - "A FACE ADORADA DE JESUS"

"... quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos." (1 João 3:2)

http://www.youtube.com/watch?v=2AZXXuIdR2E&feature=related

Letra e Música: Rufus Henry Cornelius, 1916
Tradução: Paulo Leivas Macalão


"Desprezando toda a dor eu vou a cantar,
E o Calvário, ao pecador, sempre apontar;
Flechas traspassaram-me, padeci gran dor;
Mas Jesus, minha luz, fez-me vencedor.


A face adorada de Jesus verei,
Com a grei amada, no céu estarei,
Na mansão dourada, hinos vou Cantar
A Jesus, minha luz, que me quis salvar!


Pode a noite escura ser no servir Jesus,
Mas clamando, com poder, brilhará a luz;
Podem os laços de Satã, todos me cercar,
Mas Jesus, pela cruz, faz-me triunfar!


Quando estou a contemplar a montanha além,
Onde a luta a governar, 'sta Jesus também,
Que estende a Sua mão sobre nós dali;
Sei assim, que por mim, Cristo vela aqui.


Se entre as ondas estou sem luz,quase a perecer,
Meu piloto é Jesus, pode me valer:
O meu barco guia bem pelo bravo mar,
Sim, Jesus me conduz, posso sossegar!"

(Versão em inglês)



"O I WANT TO SEE HIM"

Words & Music: Rufus Henry Cornelius, 1916

As I journey thro’ the land, singing as I go,
Pointing souls to Calvary—to the crimson flow,
Many arrows pierce my soul from without, within;
But my Lord leads me on, thro’ Him I must win.


O I want to see Him, look upon His face,
There to sing forever of His saving grace;
On the streets of glory let me lift my voice,
Cares all past, home at last, ever to rejoice.


When in service for my Lord dark may be the night,
But I’ll cling more close to Him, He will give me light;
Satan’s snares may vex my soul, turn my tho’ts aside;
But my Lord goes ahead, leads whate’er betide.


When in valleys low I look tow’rd the mountain height,
And behold my Savior there, leading in the fight,
With a tender hand outstretched tow’rd the valley low,
Guiding me, I can see, as I onward go.


When before me billows rise form the mighty deep,
Then my Lord directs my bark; He doth safely keep,
And He leads me gently on thro’ this world below;
He’s a real Friend to me, O I love Him so".


(Versão em sueco)





"TÄNK NÄR SLÄKT OCH VÄNNER"


Text: Inez Anderson, 1935
Musik: R.H. Cornelius,1916


"Snart så är vår vandring slut
uppå jorden här och vi skall få flytta hem, som beslutat är.
Om ej dödens bud oss når, Jesus kommer snart,
hämtar oss, då jord förgås. Tänk hur underbart!


Refräng

Tänk när släkt och vänner alla mötas där
på den gyllne stranden, skiljas aldrig mer,
prisa Gud och Lammet, som oss har köpt fri.
Sorger flytt, morgon grytt uti himmelen!



Många kära gått förut till vårt rätta hem,
vilar efter stridens slut, snart vi möter dem.
Varje tår där torkas av, sorg och nöd har flytt.
Underbara sällhetshav, evig morgon grytt!


Håll din klädnad ren och vit genom Jesu blod,
om en gång du skall nå dit bortom tidens flod.
Snart så hörs basunens ljud. Har du allting klart?
Lyssna, hör, o Kristi brud: "Jesus kommer snart!"


Fonte: Harpa Digital
http://harpacrista-fragmentos.blogspot.com

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Missionário Samuel Nyström

Missionário Lars-Erik Samuel Nyström (1891-1960) - Primeiro missionário enviado ao Brasil pela Igreja Filadélfia de Estocolmo (Suécia), em 1916.

Missionário sueco, evangelista, pastor, ensinador, escritor, pioneiro das Assembleias de Deus de Belém, Amazonas, Acre, São Paulo e Rio de Janeiro, antigo líder nacional das Assembleias de Deus no Brasil.

Primeiro missionário enviado pela Svenska Fria Missionen, a Junta Missionária fundada pela Igreja Filadélfia de Estocolmo (Suécia), pastoreada por Lewi Pethrus, Samuel Nyström nasceu naquele país em 9 de outubro de 1891, em Ärsta, na cidade de Österhaninge. Seus pais eram batistas, e ele aceitou a Jesus aos 14 anos. Em 19 de fevereiro de 1913, foi batizado nas águas na Igreja Filadélfia de Estocolmo, e em dezembro do mesmo ano, recebeu o batismo no Espírito Santo. Ao ouvir Daniel Berg falando sobre o trabalho missionário no Brasil, durante uma pregação na Igreja Filadélfia, sentiu a chamada missionária para trabalhar no Brasil.

Em 1914, estudou na escola bíblica da Missão de Örebro, de John Ongman, na cidade de Örebro. Provavelmente, Nyström seria enviado ao campo por meio da Junta Missionária da Missão de Örebro, Ongman anunciou aos jovens da Igreja Filadélfia de Estocolmo que eram seus alunos que não podiam enviá-los por pertencerem àquela igreja, expulsa da União Batista no ano anterior.

Então a Igreja Filadélfia resolveu organizar um campo de trabalho para eles e dar-lhes uma ajuda, dentro de suas possibilidades.

No culto do dia 7 de dezembro de 1914, a igreja separou seus primeiros evangelistas, Carl Ericsson, Ernst Nilsson, Ester Boströ, e Samuel Nyström.

Nyström ficou responsável por uma igreja em Boräs. Durante o tempo em que pastoreava essa igreja, houve uma profecia sobre sua chamada para o campo missionário. Resolveu então entregar a direção da igreja e procurou a Igreja Filadélfia.

Karolina Josefina Berggren, que ficou conhecida como Lina Nyström, tanto no Brasil como na Suécia, nasceu em 1887, no Estado de Västmaland. Era enfermeira, frequentava a Igreja Filadélfia de Estocolmo e foi batizada nas águas em 20 de agosto de 1913, e logo depois de ser batizada no Espírito Santo, em janeiro de 1914, também recebeu a chamada divina para trabalhar no campo estrangeiro. Samuel Nyström, ao conhecê-la, apaixonou-se imediatamente por ela. Apesar da diferença de quatro anos de idade, logo começaram a namorar e ficaram noivos.

Durante a primeira visita de Gunnar Vingren à Suécia, em 1916, Nyström veio a conhecê-lo pessoalmente. Antes Nyström conhecia Vingren apenas por intermédio de sua família, com quem há muito mantinha contatos.
Em 5 de junho de 1916, na Igreja Filadélfia de Estocolmo, Samuel e Lina foram separados para o trabalho missionário no Brasil. Nesse mesmo dia, também se realizou o casamento deles. A Igreja Filadélfia custeou a festa de casamento e levantou uma oferta para a missão que rendeu 650 coroas suecas. Uma importância muito grande para a época.

Após a cerimônia de casamento e a festa, embarcaram para Belém (Pará), via Nova Iorque. Chegaram no dia 18 de agosto de 1916, encontrando cerca de setenta crentes no Estado e duzentos em todo o Brasil. Eram jovens: Samuel, com 25 anos, e Lina, com 29 anos. Não tiveram filhos.

Igualmente aos outros missionários, Samuel Nyström e Lina ficaram no Pará para aprender o idioma. Após cinco meses, começaram a trabalhar ativamente na evangelização, entre Brasil e Vizeu. Ele procurava justamente lugares que ainda não haviam sido evangelizados. Ainda no primeiro ano, fez algumas viagens no barco "Boas Novas" para as ilhas, juntamente com Daniel Berg, em seu campo de trabalho. Cada viagem missionária durava até seis semanas. Durante esse tempo, 90 pessoas foram batizadas nas águas e muitos foram batizados no Espírito Santo.

Em 6 de agosto de 1917, quando Gunnar Vingren voltou de sua primeira viagem à Suécia, pediu a Samuel Nyström que atendesse ao apelo do pioneiro Severino Moreno de Araújo, pois os primeiros crentes de Manaus (AM) necessitavam de um pastor. Assim, no dia 18 de outubro de 1917, Samuel Nyström embarcaram em Belém com destino a Manaus.

Ao lado de Gunnar Vingren e Daniel Berg, Samuel Nyström aparece como fundador da Assembleia de Deus de Belém, no seu primeiro Estatuto, registrado em 4 de janeiro de 1918, e comprador da residência de José Batista de Carvalho, na Travessa 9 de Janeiro, 75, onde funcionou o primeiro templo da igreja, a partir de 8 de setembro de 1914.

Após um ano e oito meses trabalhando naquela igreja, Samuel Nyström recebeu, no início de 1919, uma carta de Gunnar Vingren pedindo que voltasse a Belém, a fim de tomar conta do campo de trabalho do missionário Daniel Berg, nas ilhas do grande rio Amazonas, pois o mesmo viajaria à Suécia. Como pensava que ali pouco demoraria, deixou sua esposa, Lina Nyström, em Manaus. Durante quatro meses e meio, Lina liderou e cuidou daquela igreja, que naquela época era um pequeno rebanho dando os seus primeiros passos.

O trabalho na viagem pelas ilhas durou até março de 1921, quando Daniel Berg retornou ao Brasil, trazendo um grupo de missionáros vindo dos Estados Unidos e da Suécia, entre eles, Nels Julius Nelson, Elizabeth Johansson, Samuel e Tora Hedlund, Ingrid e Ester Andersson. Quando Nyström deixou esse trabalho, havia 14 igrejas e um grande número de crentes no campo das ilhas, tendo batizado duzentos novos convertidos.

Após a sua chegada, Daniel Berg comprou outro barco, o "Boas Novas nº 2", e juntamente com Nels Nelson e Samuel Nyström, passou a viajar no novo barco, para que Nels Nelson conhecesse o seu novo campo de trabalho, assim como aprendesse a velejar o barco.

Com a vinda de Nels Nelson, Samuel Nyström retornou assim o trabalho que havia iniciado logo após a sua chegada ao Brasil, indo trabalhar em terra firme durante um ano e dois meses, entre as Vilas de Bragança e Viseu, no Estado do Pará, juntamente com Daniel Berg, andando 150 quilômetros pela Estrada de Ferro Bragantina com uma mochila de 20 quilos.

Na primeira escola bíblica da AD de Belém, de 4 de março a 4 de abril de 1922, Nyström ministrou os estudos bíblicos.

Depois de seis anos de trabalho missionário, Samuel e Lina Nyström retornaram à Suécia, em 1922, e chegaram pela segunda vez ao Brasil em 21 de janeiro de 1923. Após sua chegada, ocupou-se primeiro de visitar as ilhas, as igrejas entre Belém e Bragança, Porto Velho e Jaci-Paraná, nos Estados do Amazonas e Mato Grosso.

Com a partida do missionário Gunnar Vingren para o Rio de Janeiro, Samuel Nyström assumiu, em 21 de maio de 1924, o pastorado da igreja de Belém do Pará. Nessa ocasião, essa Assembleia de Deus liderava todos os Estados do Norte, Maranhão, Piauí, Ceará e a região nordeste do Mato Grosso.

Em, 30 de outubro de 1926, inaugurou o primeiro templo da Assembleia de Deus em Belém, na presença de 1200 pessoas. Em 1927, deu início ao movimento beneficente em favor das viúvas de pastores.

Em 1930, despediu-se de Belém em direção a São Paulo. A caminho do novo campo, visitou o Rio de Janeiro. Nyström já havia visitado o Rio em abril de 1925. Ele viera constatar, pessoalmente, o progresso da obra pentecostal, tanto na então capital do país como no interior do Estado. Nos primeiros dias de sua visita, aconselhou Vingren a alugar um salão mais amplo, palavra que foi recebida e atendida pelo pioneiro. Nyström era um obreiro companheiro e maduro, e conhecido como grande pregador e ensinador. Sua vinda foi uma grande conquista para a obra no Brasil.

Em 14 de agosto de 1932, Samuel Nyström substituiu Gunnar Vingren na direção da igreja no Rio de Janeiro. Quando assumiu a igreja, ela já estava em franco crescimento. Logo teve de alugar um salão maior para atender a expansão. O novo local, adquirido no ano seguinte, era três vezes maior. Situava-se na mesma rua do antigo salão - Rua Figueira de Melo, 232, no bairro de São Cristóvão. O trabalho, como era de se esperar, continuou crescendo. Nesse período, a Assembleia de Deus que mais crescia no país era a do Rio de Janeiro

Nos dias 9 a 16 de abril de 1933, realizou-se, no Rio de Janeiro, na AD de São Cristóvão, a 4ª Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, sob a presidência do missionário Samuel Nyström.

Em 1934, Nyström precisou retornar à Suécia. Assumiu o seu lugar pastor Nils Kastberg. Trabalhou como missionário em Portugal a partir de 1935. Depois, em 1938, Nyström voltou ao Brasil, reassumindo o pastorado da AD de São Cristóvão. Sua segunda gestão à frente daquela igreja seria ainda mais marcante.

O ano de 1943 ficaria para sempre lembrado como o ano da evangelização e do ensino bíblico. De março a maio daquele ano, a igreja distinguiu-se pelas intensas atividades evangelísticas, que aumentaram de forma patente o número de membros da igreja. Quanto ao ensino, a Escola Bíblica daquele ano foi considerada uma das mais expressivas de todas, pela qualidade e eficiência da instrução.

Em 1944, a AD do Rio de Janeiro completava 20 anos de existência. Liderada pelo pastor Samuel Nyström a igreja no Rio realizou um dos acontecimentos mais notáveis de sua história. No dia 24 de junho de 1944, todos os membros foram mobilizados, e, em uma hora, foram distribuídos na capital cerca de 200 mil folhetos e igual quantidade de evangelhos. Centenas de crentes percorreram as ruas da "cidade maravilhosa" distribuindo a literatura evangelística, numa das melhores comemorações de aniversário da AD no Rio em todos os tempos.

Em 18 de setembro de 1945, o pastor Otto Nelson assumiu o pastorado da AD carioca, pois Nyström precisou mais uma vez viajar. Assumiu o importante cargo de secretário de missões da Missão Sueca (Svenska Fria Missionen), responsável por mais de 600 missionários e uma estação de rádio em Tanger, capital do Marrocos (norte da África), que transmitia o evangelho em vários idiomas. Ele substituiu Paul Ongmam e tornou-se a terceira pessoa a exercer o cargo, após 30 anos de existência daquela missão.

Durante a Convenção Geral realizada em Recife, em 1946, visitou, em caráter particular, algumas igrejas nos Estados Unidos para arrecadar a primeira oferta substanciosa para a instalação das oficinas da CPAD. Pouco tempo depois, já no país, o missionário foi designado presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil de 1948 a 1949.

Durante os 30 anos de atividades no Brasil, trabalhou como um verdadeiro apóstolo, ajudando a lançar e consolidar os fundamentos doutrinários das Assembleias de Deus no Brasil. Exercia grande liderança espiritual e eclesiástica entre os missionários e os pastores nacionais. Sua atuação estendeu-se do Norte ao Sudeste do Brasil, fortalecendo igrejas, ministrando estudos bíblicos e ensinando em escolas bíblicas, organizando setores, orientando de maneira sábia importantes assuntos das Assembleias de Deus em todo o país. Esteve à frente da Convenção Geral das Assembleias de Deus por nove gestões (1933, 1934, 1936, 1938, 1939, 1941, 1943, 1946 e 1948.

Juntamente com Gunnar Vingren, ele foi o iniciador da imprensa escrita na Assembleia de Deus no Brasil, tendo dotado, em 1917, a igreja de Belém de uma pequena tipografia, onde eram confeccionados o jornal "Boa Semente", estudos para as escolas bíblicas, calendários, revistas da Escola Dominical e hinários. Escreveu vários artigos para o "Boa Semente" e, a partir de 1930, para o "Mensageiro da Paz". Publicou dois livros: "Concernentes aos dons do Espírito Santo" e "Jesus Cristo nossa glória" (década de 20, pela tipografia do "Boa Semente" e relançado em 1943 pela CPAD). Teve forte participação na área do louvor nas Assembleias de Deus como autor dos hinos 13, 87, 290 e 494, e das versões dos hinos 82, 83, 92, 167, 222, 288, 293, 332, 416, 454, 456, 459 e 511, da Harpa Cristã.

Além de poliglota (falava além do sueco, sua língua materna, o inglês, francês, alemão, espanhol e português, e tinha significativo conhecimento de hebraico e grego), era profundo conhecedor da Bíblia, e por isso era constantemente chamado para ministrar estudos bíblicos em muitas igrejas. Na Suécia, eram inúmeros os convites para Samuel Nyström ministrar a Palavra de Deus e dar testemunho a respeito da obra missionária. Numa dessas ocasiões, pretendendo dirigir estudos bíblicos em uma cidade mais afastada, em 14 de novembro de 1960, ele dirigia seu automóvel Volvo Amazon. Parado em um semáforo, uma vez acionada a luz verde, o carro do missionário não pôde prosseguir. Aos 69 anos, Samuel Nyström havia morrido de um ataque cardíaco. Lina faleceu em 16 de novembro de 1984, aos 96 anos de idade, após longo período de enfermidade e fraqueza.

ANEXOS: 

         Missionário Samuel Nyström e seu amigo Miss. Nels Nelson

                        Missionário Samuel Nyström em seu escritório

              O casal Nyström, junto com outros missionários


                          Ficha consular de Samuel Nystrom


                Missionários Samuel Nyström e Nels Nelson, na 
                    Assembleia de Deus em São Cristóvão - RJ



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PASTOR SILAS MALAFAIA







Respeito o pastor Silas Malafaia. Gosto de suas argumentações sobre a defesa da vida e dos valores morais esposados na Palavra de Deus. Considero Malafaia uma pessoa preparada para representar os evangélicos em audiências públicas a respeito do PLC 122, do aborto, etc. Tenho também amigos na igreja pastoreada por ele: a Assembléia de Deus Vitória em Cristo, na Penha - RJ.

Foi por isso que sempre evitei citar o nome de Malafaia, neste blog. Mas tenho uma palavra para ele e acredito que não ficará indignado contra mim, haja vista ser a minha mensagem bíblica e respeitosa.

Recentemente, Silas Malafaia concedeu uma entrevista à revista Igreja (novembro de 2011) e deu uma resposta que o tornou repreensível, à luz da Palavra de Deus. Peço a todos que admiram esse renomado pastor que não vejam este artigo como um ataque pessoal. Atentem para as referências bíblicas que vou citar e as considerem como palavras inspiradas do Senhor que se aplicam a todos que o servem.

“O senhor está sendo duramente criticado pelo setor mais conservador da igreja por causa da teologia da prosperidade pregada por alguns convidados de seu programa, como Morris Cerrullo e Mike Murdock. Como o senhor responde a estas criticas de que a teologia da prosperidade não tem base bíblica e é uma heresia?” — perguntou o entrevistador, da revista Igreja.

Antes de discorrer sobre a resposta de Malafaia, é importante corrigir duas coisas na pergunta acima. Primeira: não é somente o setor mais conservador da igreja que critica Malafaia por causa da teologia da prosperidade. Não se trata de extremistas combatendo extremistas. Na verdade, todos os cristãos equilibrados, que têm a Bíblia como a sua fonte primária de autoridade, são contrários à falaciosa teologia da prosperidade. Outra correção: tal heresia não tem sido pregada apenas por Morris Cerrulo e Mike Murdock. O próprio entrevistado é um dos seus propagadores.

Vamos à resposta do pastor Malafaia: “Primeiro quem fala isto é um idiota! Desculpe a expressão, mas comigo não tem colher de chá! Por que quando é membro eu quebro um galho, mas pastor não: é um idiota. Deveria até mesmo entregar a credencial e voltar a ser membro e aprender. Para começar não sabe nada de teologia, muito menos de prosperidade. Existe uma confusão e um radicalismo, e todo radicalismo não presta”.

Quem acompanha as mensagens de Silas Malafaia, sabe que ele tem estilo próprio. Ele não escolhe muito as palavras. Mas tudo tem limite. Aliás, nosso limite está na Palavra de Deus. E o que está escrito em 1 Pedro 3.15? “Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.

Eu não sou perfeito. Silas Malafaia não é perfeito. Nenhum de nós é perfeito. Mas somos todos servos do Senhor. Qual é a recomendação do Senhor aos seus servos, em sua Palavra? Em 2 Timóteo 2.24,25 está escrito: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem”.

Que mansidão e temor vemos em xingamentos a pastores? Alguém dirá: “O Silas é assim mesmo. É o jeito dele. Eu o conheço há muito tempo”. Reconheço que cada um tem uma personalidade. Mas, para que existe o fruto do Espírito? Para moldar o nosso caráter e mudar o nosso interior, a fim de que sejamos astros nesse mundo tenebroso (Mt 5.13-16; Fp 2.14,15) e demonstremos a todos que temos amor, humildade, verdade, alegria, paz, longanimidade, justiça, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio, etc. (Gl 5.22; Ef 5.9; 1 Pe 5.5).

“Há casos em que é preciso botar pra quebrar. Não dou colher de chá para pastores” — Malafaia poderá argumentar. Concordo, em parte. Jesus, o nosso paradigma (1 Jo 2.6; 1 Co 11.1; 1 Pe 2.21), realmente foi firme, quando necessário. Chamou os fariseus de hipócritas e condutores cegos (Mt 23) e Herodes de raposa (Lc 13.32), bem como verberou contra os maus pastores de algumas igrejas da Ásia (Ap 2-3). Entretanto, Malafaia precisa reconhecer — não para concordar comigo — que a sua crítica e o seu xingamento aos oponentes da teologia da prosperidade têm sido generalizantes.

Muitos homens de Deus respeitadíssimos se opõem à teologia da prosperidade e ao pensamento mercantilista de Mike Murdock e Morris Cerullo. São todos eles idiotas que precisam entregar a credencial? O próprio Silas Malafaia, durante muitos anos, foi um ferrenho oponente da teologia da prosperidade. Há, inclusive, vídeos no YouTube que apresentam sua verberação contra essa heresia. Mas ele não entregou a sua credencial de pastor nem voltou a ser membro para aprender. Pelo que tudo indica, a sua mudança de crítico da aludida heresia para propagador dela ocorreu por influência do telemilionário Murdock e outros.

Concordo que todo o extremismo é perigoso, como disse Silas. Não é porque sou contrário à teologia da prosperidade que serei, por causa disso, favorável à teologia da miséria. Afinal, a Bíblia diz que devemos nos contentar com o que temos, e não nos conformar com o que temos (Fp 4.11-13; 1 Tm 6.8-10). Conformar-se é uma coisa. Contentar-se, outra. Posso estar contente com um carro velho, pois o contentamento vem do Senhor. Mas não preciso me conformar com isso, pois Deus pode me dar um carro melhor.

Por outro lado, é evidente que a teologia da prosperidade é uma aberração, à luz da Bíblia. Por quê? Porque ela é reducionista e prioriza a prosperidade material. Ela faz com que toda a mensagem da Bíblia gire em torno de conquista de dinheiro, bens, riquezas. E induz o crente a supervalorizar as coisas desta vida terrena e passageira, em detrimento das “coisas que são de cima” (Cl 3.1,2; 1 Co 15.57).

Sinceramente, penso que o pastor Silas Malafaia é um grande comunicador, uma pessoa muito influente. Gostaria muito que ele fosse mais equilibrado, coerente e adotasse uma conduta em tudo pautada nas Escrituras. Lamento — lamento muito mesmo — por ele ter abraçado a teologia da prosperidade e por usar impropérios contra quem se lhe opõe. Se usasse os dons que Deus lhe deu e o seu carisma para pregar o Evangelho de maneira contundente, com verdade (Jr 23.28), seria muito mais respeitado por cristãos e não-cristãos.


Com temor e tremor,

Ciro Sanches Zibordi

(Fonte: Blog do Ciro)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Missionário Daniel Berg

Missionário, evangelista, pastor e ao lado de Gunnar Vingren, fundador da Assembléia de Deus no Brasil.

Daniel Gustav Högberg, conhecido no Brasil como Daniel Berg, nasceu em 19 de abril de 1884, na pequena cidade de Vargön (Ilha do Lobo), na Suécia, às margens do lago de Vernern. Quando recém-nascido, o padre da cidade visitou inúmeras vezes a casa de seus pais para convencê-los a batizá-lo, mas nada conseguiu. Por isso, desde criança, Daniel era mal visto pelo padre, que, desprestigiado, passou a dizer que a criança que não fosse batizada por ele jamais sairia de Vargön. "Já naquele tempo pude observar a desvantagem e o perigo de o povo ter uma fé dirigida, sem liberdade. A religião que dominava minha cidadezinha e arredores impossibilitava as almas de terem um encontro com o Salvador", conta o pioneiro em suas memórias.

Quando o Evangelho começou a entrar nos lares de Vargön, seus pais, Gustav Verner Högberg e Freddrika Högberg, o receberam com alegria e ingressaram na Igreja Batista. Logo procuraram educar o filho segundo os princípios cristãos. Em 1899, quando contava 15 anos de idade, Daniel converteu-se e foi batizado nas águas na Igreja Batista de Ranum.


Em 1902, aos 18 anos, pouco antes do início da primavera nórdica, deixou o país. Embarcou a 5 de março de 1902, no porto báltico de Gotemburgo, no navio M.S. Romeu, com destino aos Estados Unidos, como tantos outros haviam feito antes dele. O motivo para deixar sua pátria querida foi a grande depressão financeira que, até então, dominava a Suécia, fato que o forçou a deixar o lar paterno em tão tenra idade, a fim de tentar, na América do Norte, obter os meios de sobrevivência.

Em 25 de março de 1902, Daniel desembarcou em Boston. No Novo Mundo, sonhava, como tantos outros de sua época, em realizar-se profissionalmente. Mas Deus tinha um plano diferente e especial para sua vida.

De Boston, viajou para Providence, Rhode Island, para se encontrar com amigos suecos, que lhe conseguiram um emprego numa fazenda. Permaneceu nos Estados Unidos por sete anos, onde se especializou como fundidor. Com saudades do lar, retornou à cidade natal, onde o tempo parecia parado. Nada havia se modificado. Só Lewi Pethrus, seu melhor amigo, companheiro de infância, não morava mais ali. "Vive em uma cidade próxima, onde prega o evangelho", explicou sua mãe.

Logo chegou a seu conhecimento que um amigo seu recebera o batismo no Espírito Santo, coisa nova para sua família. A mãe do amigo insistiu para que Daniel o visitasse. Aceito o convite, seguiu para ver o amigo, mas no caminho tomou tempo para estudar as passagens bíblicas onde se baseava a “nova doutrina”. Chegando à igreja do amigo Lewi Pethrus (Igreja Batista de Lindköping), encontrou-o pregando. Sentou e prestou atenção na mensagem. Após o culto, conversaram longamente sobre a nova doutrina. Daniel demonstrou ser favorável. Em seguida, despediu de seus pais e partiu, pois sua intenção não era permanecer na Suécia, mas retornar à América do Norte.

Em 1909, em meio à viagem de retorno aos Estados Unidos, Daniel orou com insistência a Deus, pedindo o batismo no Espírito Santo. Como não estava preocupado como da primeira vez, posto que já conhecia os EUA, canalizou toda a sua atenção à busca da bênção. Ao aproximar-se das plagas norte-americanas, sua oração foi respondida.

A partir de então, sua vida mudou. Daniel passou a pregar mais a Palavra de Deus e a contar seu testemunho a todos. Mais tarde, concluiu seus estudos no Instituto Bíblico Batista. Desejava ser um missionário. Seu ideal coincidia com o plano divino.

Ainda em 1909, por ocasião de uma conferência em Chicago, Daniel encontrou-se com o pastor batista Gunnar Vingren, que também fora batizado com o Espírito Santo. Os dois conversaram horas sobre as convicções que tinham. Uma delas é que tanto um como o outro acreditava que tinham uma chamada missionária. Quanto mais dialogavam, mais suas chamadas eram fortalecidas.
Quando Vingren estava em South Bend, Daniel Berg estava trabalhando em uma quitanda em Chicago quando o Espírito Santo mandou que se mudasse para South Bend. Berg abandonou seu emprego e foi até lá, onde encontrou Vingren pastoreando a igreja batista dali. "Irmão Gunnar, Jesus ordenou-me que eu viesse me encontrar com o irmão para juntos louvarmos o Seu nome", disse Berg. "Está bem!", respondeu Vingren com singeleza. Passaram, então, a encontrarem-se diariamente para estudar as Escrituras e orar juntos, esperando uma orientação de Deus. 

Após a revelação divina dada ao irmão Adolf Uldin de que o lugar para onde deveriam ir era o Pará, no Brasil, Daniel Berg, contra a vontade de seus patrões, abandonou o emprego. Eles argumentaram: "Aqui você pode pregar o Evangelho também, Daniel; não precisa sair de Chicago". Mas ele estava convicto da chamada e não voltou atrás.

Ao se despedir, Berg recebeu de seu patrão uma bolacha e uma banana. Essa era uma tradição antiga nos Estados Unidos. Simbolizava o desejo de que jamais faltasse alimento para a pessoa que recebesse a oferta. Esse gesto serviu de consolo para Berg, que em seguida partiu com Vingren para Nova Iorque, e de lá para o Brasil em um navio.
Chegando em Belém do Pará em 19 de novembro de 1910, Daniel Berg, então com seus 26 anos de idade, logo se empregou caldeireiro e fundidor na Companhia Port of Pará, recebendo salário mensal de 12 mil réis, passou a custear as aulas de português ministradas a Vingren por um professor particular (o pastor metodista norte-americano Justus Nelson). No fim do dia, Vingren ensinava o que aprendera a Daniel. Justamente por isso, Berg nunca aprendeu bem a língua portuguesa. O dinheiro que sobrava era usado na compra de Bíblias nos Estados Unidos. 

Tão logo começou a se fazer entender na língua portuguesa, Daniel saiu de seu emprego e passou a dedicar-se integralmente à obra do Senhor. Tornou-se colportor.

Passou, então, a evangelizar as cidades e vilas ao longo da Estrada de Ferro Belém-Bragança, enquanto Vingren cuidava do trabalho recém-nascido na capital. Como o evangelho era praticamente desconhecido no interior do Pará, Berg se tornou o pioneiro da evangelização na região. É que as igrejas evangélicas existentes na época não tinham recursos suficientes para promover a evangelização no interior.

Daniel Berg ia de casa em casa, oferecendo literatura evangélica, a assim tinha a oportunidade de falar do amor de Deus às pessoas interessadas. Ele tinha êxito no trabalho de evangelização pessoal, na venda de livros e distribuição de passagens bíblicas, o que lhe dava, também, oportunidade de testificar a muitas pessoas, pois, na época, mesmo tendo um escasso vocabulário, o Espírito Santo no momento exato punha as palavras certas em sua boca. Dizia sempre a todos com quem falava: “Jesus Cristo salva, batiza com o Espírito Santo e cura os enfermos”.

Daniel Berg foi um evangelista itinerante. Esse trabalho abençoado serviu de base para a disseminação da mensagem pentecostal, que atingiu todas as pequenas cidades por onde andou. Humilde, era de uma simplicidade invulgar. Sempre estava pronto a fortalecer os necessitados de uma palavra de conforto.

Esse trabalho não ficou restrito apenas a esta Capital. Foi mais longe. Viajou por diversas cidades interioranas. Suas experiências estão relatadas parcialmente no livro “Enviado por Deus”, de sua autoria.

Após a evangelização de Bragança, tornou-se também o pioneiro na evangelização da Ilha do Marajó, onde peregrinou por muitos anos, a bordo de pequenas e grandes canoas. Berg ia de ilha em ilha, levando a mensagem bíblica aos pequenos grupos evangélicos que iam se formando por onde passava.

No início de 1920, Daniel visitou a Suécia, onde se enamorou com a jovem Sara, com quem se casou em 31 de julho daquele ano. Em março de 1921, retornou ao Brasil acompanhado por sua esposa. O casal teve dois filhos: David e Débora.    

Em 1922, o casal Berg seguiu para Vitória (ES) para estabelecer a AD naquela capital, permanecendo até 1924, quando foi para Santos fundar a AD no Estado de São Paulo. Em 1927, Berg e sua esposa se mudaram para a capital São Paulo, onde Daniel continuou fazendo o seu trabalho de evangelismo até 1930.



Depois de um período de descanso, seguiu para a obra missionária em Portugal, entre os anos 1932-1936, na cidade de Porto. Após passar pela Suécia, retornou ao Brasil, em 11 de maio de 1949. Permaneceu na cidade de Santo André (SP) até 1962, quando retornou definitivamente para a Suécia.Daniel Berg sempre foi muito humilde e simples. Em suas pregações e diálogos, sempre demonstrou essas virtudes. Ninguém o via irritado ou desanimado. Sempre que surgia algum problema, estas eram suas palavras: "Jesus é bom. Glória a Jesus! Aleluia! Jesus é muito bom. Ele salva, batiza no Espírito Santo e cura os enfermos. Ele faz tudo por nós. Glória a Jesus, Aleluia!". 

No Jubileu de Ouro das Assembleias de Deus no Brasil, comemorado em junho de 1961, em Belém do Pará, Berg estava lá, inalterado, enquanto os irmãos faziam referência a sua atuação no início da obra. Para ele, a glória era única e exclusivamente para Jesus. Berg considerava apenas um instrumento de Deus.

Por essa mesma época, nas comemorações do Jubileu no Rio de Janeiro, no Maracanãzinho, quando o pastor Paulo Leivas Macalão colocou em sua lapela uma medalha de ouro, Berg externou visivelmente em seu rosto a idéia de que não merecia tal honraria.


Até 1960, Berg recebeu, diretamente de Deus, a cura de suas enfermidades mediante a oração da fé. Mas, a respeito de suas condições de vida nos seus anos finais, pode-se inferir que não tinha o amparo que merecia. A esse respeito, o pioneiro Adrião Nobre protestou na revista A Seara, edição de novembro-dezembro de 1957, página 32: "O irmão Berg reside em São Paulo (cidade de Santo André). Não sei como ele vive ultimamente; tive, contudo, notícias desagradáveis com relação à sua condição de vida - não tem, segundo soube, o descanso que merece, nem o conforto que lhe devemos proporcionar. Irmãos, não sejamos injustos, lembremo-nos de auxiliar o tão amado pioneiro da obra pentecostal no Brasil". 

Em 1963, foi hospitalizado na Suécia. Mesmo assim, ainda trabalhava para o Senhor. Ele saía da enfermaria para distribuir folhetos e orar pelos que se decidiam. A disciplina interna do hospital não lhe permitia fazer esse trabalho, por isso uma enfermeira foi designada para impor-lhe a proibição. Porém, ao deparar-se com o homem de Deus alquebrado pelo peso dos anos, mas vigoroso em seu trabalho espiritual, não teve coragem e desistiu da tarefa. Berg, então, continuou a oferecer literaturas aos pacientes daquele hospital.

Finalmente, em 27 de maio de 1963, aos 79 anos, Daniel Berg morreu. Sua esposa, Sara Berg, faleceu em 11 de abril de 1981.

ANEXOS: 

                       Daniel Berg aos 17 anos de idade, na Suécia

                                   Sara Berg, esposa do Missionário Daniel Berg

               Foto de Daniel Berg, tirada antes dele viajar ao Brasil, com Gunnar Vingren

O casal de missionários Daniel e Sara Berg, com a filha Débora.



Ficha Consular de Daniel Berg



Daniel Berg e Sara, sua esposa

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Hino 283 da Harpa Cristã - "O PASTOR E AS OVELHAS"

Hoje quero falar sobre o hino da Harpa Cristã de nº 283 (O Pastor e as Ovelhas). Esta linda melodia nos fala do verdadeiro pastor que tem um grande amor pelas suas ovelhas. Pelos desertos errantes e pelas colinas Ele, com amor paternal sai em procura daquela que se desviou e está perdida, gemendo pelos campos. Muitas vezes levadas pela conversa fiada do inimigo, algumas ovelhas se perdem do rebanho, mas o Pastor que ama as noventa e nove, também ama aquela que se perdeu e está desgarrada do aprisco. Ò minha ovelha perdida! clama o pastor com voz amorosa, pois não quer que nenhuma se perca. Vejamos então a letra deste maravilhoso hino e o vídeo com um lindo arranjo cantado pelo Mórmon Tabernacle Choir.


"O PASTOR E AS OVELHAS"


José Teixeira de Lima
Wm. J. Kirkpatrick


Ama o Pastor as ovelhas, 
Com um amor paternal, 
Ama o Pastor seu rebanho, 
Com um amor sem igual; 
Ama o Pastor inda outras, 
Que desgarradas estão, 
E comovido as procura, 
Por onde quer qu'elas vão.

Pelos desertos errantes,
Vêem-se a sofrer penas mil,
Ele ao achá-las, nos ombros
Leva-as dltoso, ao redil.

Ama o Pastor seus cordeiros,
Com inefável amor,
Aos que, às vezes, perdidos,
Gemendo se ouvem de dor.
Vede o Pastor comovido
Pelas colinas vagar,
E os cordeiros nos ombros,
Vede-O, levando ao lugar.

Ama as noventa e nove,
Que no redil abrigou;
Ama a que, desgarrada.
No campo se desviou;
"Ó minha ovelha perdida!"
Clama o dolente Pastor;
Quem irá em sua ajuda,
Para salvá-la, Senhor?

São delicados teus pastos,
Mui quietas tuas águas são;
Eis-nos aqui. ó bom Mestre,
Dá-nos veraz direção,
Faz-nos obreiros zelosos,
Enche-nos de santo amor,
Pelas ovelhas perdidas
Do Teu redil, bom Senhor.




segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Missionário Gunnar Vingren

Pioneiros Pentecostais é uma série de biografias de missionários e pastores, pioneiros do Movimento Pentecostal Brasileiro que tem como sua maior representante a Assembléia de Deus. Vale a pena conhecer um pouco do muito que fizeram nossos "pais", para que possamos tirar deles preciosas lições para nossa vida espiritual, principalmente os novos obreiros. Inicio aqui com a biografia do fundador da Assembléia de Deus no Brasil, Missionário Gunnar Vingren, sendo que posteriormente focalizaremos outros importantes nomes de nossa história.

Missionário sueco, pastor, fundador das Assembleias de Deus no Brasil e primeiro pastor das ADs em Belém do Pará e São Cristóvão (Rio de Janeiro).

Adolph Gunnar Vingren teve como berço a cidade de Östra Husby, Östergotland, Suécia, situada às margens do lindo lago de Väsnern. Nasceu no dia 08 de agosto de 1879 num lar evangélico, onde recebeu sólida educação cristã. Seu pai era jardineiro. Por serem crentes batistas, seus pais procuraram, desde a sua infância, ensinar-lhe a Bíblia. Quando Vingren ainda era bem pequeno, ia à Escola Dominical, da qual seu pai era dirigente.

Aos nove anos de idade, procurando manter uma vida de consagração, recebeu de Deus uma chamada toda especial. Sentia-se atraído por Deus de uma forma especial e costumava orar muito. Às vezes, reunia outras crianças com ele e orava com elas.

Aos 11 anos de idade, concluiu o curso primário e começou a ajudar seu pai no ofício de jardineiro. Continuou nessa atividade até os 19 anos. Quando criança, Vingren costumava reunir outras crianças e orava com elas. Porém, com 12 anos de idade, desviou-se do evangelho. Segundo narrou em seu diário, "caiu profundamente no pecado até os 17 anos, quando o Senhor outra vez lhe chamou". Isso aconteceu em 1896. Ele resolveu ir ao culto de vigília de ano-novo e se entregar novamente ao Senhor. Foi com seu pai para esse culto, e fez o que havia resolvido.

Neste tempo, ele havia enviado uma petição para entrar na Escola de Guerra como voluntário, mas Deus dirigiu-lhe para que não seguisse por esse caminho. Além disso, ele tinha medo de que seguindo a carreira militar, não pudesse permanecer como crente.

Aos 18 anos, foi batizado nas águas. Isto aconteceu numa igreja batista em Wråka, Småland, Suécia, em março ou abril de 1897. Neste mesmo ano, substituiu seu pai na direção da Escola Dominical de sua igreja. "Isto aumentou muito a minha necessidade de Deus e de Sua graça". 

Ainda neste ano, em 14 de julho, Vingren leu numa revista um artigo sobre as grandes necessidades e sofrimentos de tribos nativas no Exterior, o que lhe fez derramar muitas lágrimas. Subiu para o seu quarto e ali prometeu a Deus pertencer-lhe e pôr-se à Sua disposição. Orou também insistentemente para que Deus lhe ajudasse a cumprir esta promessa.


Em outubro, sua igreja realizou uma festa para levantar dinheiro, a fim de ajudar um membro que ia sair para o campo missionário como evangelista. Tudo  o que tinha, nessa oportunidade, eram seis coroas, e ele as entregou como oferta. Quando voltou para casa, depois da festa, sentiu uma alegria imensa e ouviu uma voz que lhe dizia: "Tu também irás ao campo de evangelização, da mesma forma que o Emílio".

Ficou mais de um ano no seu trabalho, mas sempre participando dos cultos, testificando e tratando de conquistar novos crentes. No final de outubro de 1898, deixou a direção da Escola Dominical e foi participar de uma Escola Bíblica em Götabro, Närke. Os dirigentes daquela escola eram os pastores Emílio Gustavsson e C. J. A. Kihlstedt. Aquela escola bíblica durou somente um mês, porém, foi-lhe de grande proveito espiritual. Eram 55 participantes, homens e mulheres. A escola fazia parte de uma Federação Evangélica que tinha como objetivo ganhar almas para Cristo. Cerca de 15 alunos foram enviados como evangelistas. Sua paixão pelas almas foi estimulada. Daí passou a evangelizar a Suécia, sua terra natal.

Na primavera seguinte, voltou à casa de seus pais e, por um tempo, trabalhou no jardim do palácio real de Drottningholm. Após um novo período de trabalho evangelístico, foi convocado para o serviço militar, e, em atenção a isso, apresentou-se em Söderköping. Ao concluir o serviço militar, voltou para a casa de seus pais. Trabalhou, então, como jardineiro em diversos lugares, perto de Estocolmo. Continuou pregando em cultos em diversos lugares, e ajudando seu pai na jardinagem. 

Por volta de junho de 1903, foi atingido pela "
febre dos Estados Unidos”. O grande país do Norte atraía-lhe tremendamente. No fim de outubro, viajou para a cidade de Gotemburgo, e no dia 30 do mesmo mês, aos 24 anos de idade, embarcou no vapor M/S ROMEO, que o levou à cidade de Hull, na Inglaterra, onde tomou o trem para Liverpool. Desta cidade, prosseguiu na viagem em outro vapor, atravessando o oceano Atlântico com destino a Boston, Massachusets, EUA. Depois, seguiu de trem até Kansas City, aonde chegou em 19 de novembro de 1903, depois de 19 dias de viagem. Apesar de não falar inglês, conseguiu localizar a casa de seu tio, Carl Vingren. Uma semana após sua chegada, começou a trabalhar à noite como foguista, em Greenhouse, até o início do verão, quando então passou a trabalhar de dia. Depois, conseguiu trabalho como porteiro em uma grande casa comercial. Quando chegou o inverno, começou a trabalhar outra vez como jardineiro. Nos últimos dias de fevereiro de 1904, viajou para St. Louis, onde conseguiu emprego no Jardim Botânico. Aos domingos, ele assistia aos cultos numa igreja sueca que encontrou naquele lugar. 

No fim de setembro de 1904, foi para Chicago, a fim de iniciar um curso de quatro anos no Seminário Teológico Batista Sueco. Durante o tempo em que morou em Kansas City, pertenceu à igreja batista sueca dali. A igreja, então, recomendou-lhe que ingressasse em sua universidade. Durante os estudos, pregou muitas vezes em diferentes igrejas e lugares. No primeiro estágio, de junho a dezembro, pregou na Primeira Igreja Batista em Chicago (Michigan). No segundo, foi a Sycamore, Illinois. E nos últimos estágios, atuou como pastor em Mountain (Michigan).




Concluiu os seus estudos e foi diplomado em maio de 1909. Nesse tempo, ele havia entregado uma solicitação para ser enviado como missionário. Depois dos estudos, assumiu o pastorado da Primeira Igreja Batista em Menominee (Michigan), de junho de 1909 a fevereiro de 1910.

Nessa época, visitou a Convenção Geral dos Batistas americanos, e então foi resolvido que ele seria enviado como missionário a Assam, na Índia, juntamente com sua noiva. Até aquele tempo, ele estava convencido de que isto era a vontade de Deus para a sua vida - que ele fosse enviado como missionário pela "The Northern Baptist Convention". Porém, durante a Convenção, Deus lhe fez sentir que essa não era a sua vontade.

Uma semana após voltar para a sua igreja, teve uma luta interior tremenda, e finalmente resolveu que não mais seguiria por aquele caminho. Escreveu para a Convenção, comunicando o que havia decidido. Por este motivo, sua noiva rompeu com ele, e quando recebeu a sua carta, respondeu: "Seja feita a vontade do Senhor".

Durante aquela semana de visita à Convenção Batista, Vingren não havia sentido quase nada do poder de Deus sobre ele, mas na semana seguinte, depois que tomou aquela decisão, voltou a sentir o poder e a paz de Deus. Mais tarde, uma crente que possuía o dom de interpretação de línguas foi usada pelo Senhor, e, por meio dela, Ele disse a Vingren que ele seria enviado ao campo missionário, mas somente depois de haver sido revestido de poder.

No verão de 1909, Deus lhe encheu de uma grande sede de receber o batismo com o Espírito Santo e com fogo. Em novembro do mesmo ano, pediu licença à sua igreja para visitar uma conferência batista que seria realizada na Primeira Igreja Batista em Chicago. Foi à Conferência com o firme propósito de buscar o batismo com o Espírito Santo. Depois de cinco dias de busca, recebeu o batismo. Exultante, retornou à sua Igreja Batista em Menominee, Michigan, compartilhando com os irmãos a bênção recebida. Doravante, começou a pregar sobre o revestimento de poder. Não conseguia ficar calado. Como era de se prever, nem todos aceitaram a nova doutrina. O resultado foi que ele teve de deixar a igreja, pois a mesma estava dividida, metade dela creu nesta doutrina e a outra metade endureceu-se. Os que não creram, obrigaram-no a deixar o pastorado.

Vingren, então, voltou à Chicago e frequentou várias igrejas pentecostais, incluindo a Missão da Avenida Norte, de William H. Durham, e a Svenska Pingst Forsamlingen (Igreja Pentecostal Sueca), a primeira igreja escandinava pentecostal de Chicago.

No verão de 1910, Vingren assumiu o pastorado da Igreja Batista Sueca de South Bend, Indiana. Ali, todos receberam o ensino pentecostal e creram nele. Na primeira semana, dez pessoas foram batizadas com o Espírito Santo. No total, quase vinte pessoas foram batizadas com o Espírito Santo naquele verão. Assim, a igreja em South Bend tornou-se uma igreja pentecostal. Deixou South Bend no dia 12 de outubro de 1910. 

Em uma das reuniões de oração em South Bend, um membro da igreja, Adolfo Ulldin, foi usado em profecia dizendo que Gunnar Vingren iria para o Pará. Foi lhe revelado também que o povo ao qual ele evangelizaria era de um nível social muito simples. Ele deveria ensinar-lhes os primeiros rudimentos da doutrina do Senhor. Naquela ocasião, o Espírito Santo revelou-lhe a língua daquele povo, o idioma português. Ele também lhe disse que comeria uma comida muito simples, mas Deus lhe daria tudo o que fosse necessário. O Espírito Santo disse-lhe ainda que ele iria se casar com uma moça chamada Strandberg. Tempos depois, Vingren casou-se com a missionária sueca Frida Strandberg.

O que faltava era saber onde se localizava o Pará. Ali, ninguém o conhecia. No dia seguinte, Vingren disse ao irmão Adolfo Ulldin: "Vamos a uma biblioteca aqui na cidade para saber se existe algum lugar na terra chamado Pará". Sua pesquisa fez-lhe saber que no Norte do Brasil havia um lugar com esse nome. Confirmou-se, então, mais uma vez, que Deus lhe tinha falado. Aceitou sua chamada com inteira convicção de sua origem divina. 


Em novembro de 1909, Vingren conheceu Daniel Berg, em Chicago, quando estava buscando o batismo com o Espírito Santo. No ano seguinte, enquanto Berg estava trabalhando numa quitanda, em Chicago, o Espírito Santo mandou que ele se mudasse para South Bend, Indiana, onde Vingren era pastor da igreja. Berg deixou o seu trabalho, foi para South Bend, e disse a Vingren: "Irmão Vingren, Jesus ordenou-me que eu viesse me encontrar com o irmão, para juntos, louvarmos o Seu nome". Vingren respondeu-lhe: "Está bem!"

Um dia, sentiram que era da vontade de Deus que fossem à casa de Adolfo Ulldin, o homem que Deus havia usado quando chamou Vingren para o Brasil. Chegaram à sua casa num sábado à tarde, justamente quando ele estava chegando do trabalho. Quando entraram na cozinha, o poder de Deus veio sobre Ulldin, e ele foi arrebatado em espírito, como das outras vezes. E durante aquela poderosa reunião, Daniel recebeu a chamada para acompanhar Vingren ao Brasil.

Tudo isso aconteceu no verão de 1910. Deus, então, revelou-lhes, quando estavam orando, em outra ocasião, que deveriam sair de Nova Iorque com destino ao Pará. E para orientar-lhes ainda mais, revelou-lhes a data: 5 de novembro de 1910. Ainda não sabiam se havia algum navio partindo para o Brasil naquele dia, mas depois tudo foi comprovado.



Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, pouco antes do embarque para o Brasil
Quando começaram a viagem para o Brasil, Vingren e Berg não tinham dinheiro. Só conseguiram alguma coisa depois de terem iniciado a viagem. Antes de iniciarem a longa viagem, tinham sido recomendados e enviados à igreja pentecostal em Chicago, na qual Durham era pastor. Durante aquela visita, o Senhor tocou no coração de Vingren para doar à revista daquele pastor tudo o que possuía, que era 90 dólares. Durante toda aquela noite, Vingren lutou com Deus sobre o assunto. Já amanhecia, quando finalmente prometeu a Deus que daria àquele pastor esse dinheiro, o que fez assim que tornou a vê-lo.

Chegou, então, o dia da viagem para Nova Iorque. Vingren recebeu alguns dólares de uma igreja de uma igreja onde ele havia trabalhado, mas aquela quantia não daria nem para pagar a passagem inteira até Nova Iorque. Porém, Vingren e Berg sentiam-se tão tranquilos quanto uma criança no colo de sua mãe. Alguns crentes acompanharam-nos até a estação. Depois de orarem na sala de espera, embarcaram no trem. Toda a bagagem deles consistia apenas de duas malas, e não foi difícil encontrar um lugar para elas. Assim viajaram.

Chegando a uma cidade onde iriam trocar de trem, foram visitar uma missão cujo dirigente lhes havia convidado para a despedida. Era a igreja do pastor B. M. Johnson, de Chicago. Por ordem do Senhor, Vingren já havia dado tudo o que possuía - 90 dólares. Mas naquela igreja, recebeu quatro vezes mais do que havia ofertado. No culto, dirigido por Johnson, não se levantou nenhuma oferta para eles. O pastor Johnson somente disse: "Os que querem ajudar nossos irmãos na sua viagem, podem fazê-lo particularmente". Terminado o culto, foram cumprimentar os crentes e de despedir deles. Quando saíram da igreja e examinaram os seus bolsos, encontraram mais do que o necessário para a viagem. E tudo em um só culto! Consideraram isto como um grande milagre de Deus, pois Ele lhes havia pedido antes "a oferta da viúva pobre" - todo o dinheiro que Vingren tinha guardado para usar na viagem para o Brasil. Porém, agora Deus estava lhes recompensando. 

Depois de agradecerem ao Senhor, continuaram a viagem, felizes, porque, daquela maneira, Deus tinha suprido as suas necessidades. Depois de mais outra visita, eles finalmente chegaram a Nova Iorque. Não fizeram muitas viagens dentro dos Estados Unidos, mas foram diretamente para o Brasil. Tampouco sua viagem foi anunciada em alguma revista evangélica. Saíram como se estivessem fazendo uma viagem qualquer.


Quando chegaram à Nova Iorque, informaram-lhes que não havia nenhum navio que fosse sair em 5 de novembro com destino ao Brasil, e não conseguiram sequer lugar em outro navio. Porém, após alguns momentos de espera, a companhia na qual haviam procurado informação comunicou-lhes que realmente, no dia 5 de novembro, o navio "Clement" partiria rumo ao Brasil. Aquela embarcação havia se atrasado por causa de alguns reparos. Desta maneira, cumpriu-se a Palavra do Senhor para eles. Partiram do porto de Nova Iorque justamente no dia que Deus lhes havia revelado. Por haver greve no porto de Nova Iorque naquele dia, as suas malas ficaram retidas lá, e só conseguiram levar com eles as maletas de mão.

Compraram passagens de terceira classe, pois queriam guardar alguns dólares para quando desembarcassem no Pará. Porém, com o passar do tempo, ao longo da viagem, tornou-se cada vez mais difícil comer a comida de bordo. Era simplesmente péssima. Todavia, eles continuavam contentes. Enquanto os passageiros da primeira classe comiam sua comida saborosa e de boa qualidade, eles ficavam ali, deitados na terceira classe, orando durante todo o tempo. Certo dia, Daniel Berg profetizou que o Senhor estava com eles, e verdadeiramente sentiram isso em seus corações.

Durante o período em que estavam no navio, oraram por um companheiro de viagem, e um dos passageiros aceitou a Cristo como Salvador. Quatorze dias após haverem saído de Nova Iorque, chegaram ao Pará. Era o dia 19 de novembro de 1910. O navio ficou fora do porto, e uma pequena embarcação transportou-os até o cais. Nessa ocasião, Vingren estava com 31 anos de idade.

Em Belém, passaram a morar no porão da Igreja Batista localizada na Rua João Balby, 406. Depois, passaram um tempo na casa do presbiteriano Adriano Nobre de Almeida, em Boca do Ipixuna, às margens do Rio Tajapuru. Hospedaram-se no mesmo quarto onde morava Adrião Nobre de Almeida, primo de Adriano. De volta a Belém, retornaram ao porão da igreja. Por esse tempo, já falavam um pouco de português, tendo como primeiro professor, Adriano Nobre.


Celina Martins de Albuquerque e Maria de Nazaré, membros da Igreja Batista de Belém, creram na mensagem pentecostal e receberam o batismo no Espírito Santo. Criou-se, então, uma discussão na igreja, que culminou na expulsão de 13 membros, no dia 13 de junho de 1911, terça-feira, numa sessão extraordinária convocada por Raimundo Nobre, após o culto de oração. No dia 18 do mesmo mês e ano, domingo, com 18 pessoas presentes mais Vingren e Berg, nascia, na casa de Celina Albuquerque, a Missão de Fé Apostólica, que em 11 de janeiro de 1918, mudou de nome, sendo registrada oficialmente como Assembleia de Deus. Era uma igreja sem vínculos estrangeiros, genuinamente brasileira. No início, o irmão Gunnar Vingren pouco saía, pois sua missão era orar dias inteiros, às vezes, até noites, pelo sucesso da obra do Senhor. Ele era o pastor da igreja, pois sua vocação de pregador era essa. 



Durante a época em que pastoreou a igreja em Belém, no Pará, Vingren visitou, por duas vezes, a Suécia, passando pelos Estados Unidos. Em 1917, na Suécia, pouco antes de retornar ao Brasil, em sua primeira viagem à sua terra natal, conheceu a enfermeira Frida Maria Strandberg, que lhe contou que também tinha uma chamada para o Brasil. Em 16 de outubro de 1917, em cerimônia oficiada pelo missionário Samuel Nyström, Gunnar e Frida casaram-se, em Belém. Tiveram seis filhos: Ivar, Ruben, Margit, Astrid, Bertil e Gunvor.
                   

Vingren fundou os jornais "Boa Semente", em 1919, em Belém do Pará. O "Som Alegre, em 1929, no Rio de Janeiro, e o "Mensageiro da Paz", em 1930, resultado da fusão dos dois primeiros jornais, que se tornou o órgão oficial das Assembleias de Deus no Brasil. Na "Harpa Cristã", constam como de sua versão os hinos 79 ("Sua graça me basta") e 478 ("Eis-me Jesus"). Vingren e Frida cantavam hinos e tocavam violino, violão e órgão, na igreja. 

Além do pastorado de 14 anos na AD de Belém do Pará, Vingren pastoreou a AD de São Cristóvão (Rio de Janeiro), de 1924 a 1932. Todavia, seu ministério pastoral abrangeu quase todas as regiões do país, realizando viagens para fortalecer a fé da crescente igreja.

Em 1920, fez uma viagem ao Rio de Janeiro, passando por Santa Catarina e Recife, onde cooperou com o missionário Joel Carlson. Em 1921, Gunnar Vingren foi acometido de malária, o que o levou de volta à Suécia. Restabelecido, retornou ao Pará, sendo essa a sua terceira viagem. Daqui transferiu-se para o Rio de Janeiro, em 1924, onde ficou por nove anos.

Com outros missionários estrangeiros e pastores nacionais, participou da primeira Convenção Geral das Assembleias de Deus, em Natal (RN) no período de 5 a 10 de setembro de 1930. O pioneiro presidiu a segunda Convenção Geral, realizada em 1931, no Rio de Janeiro. 

Até a sua partida definitiva para a Suécia, Vingren trabalhou incansavelmente, apesar das inúmeras crises oriundas de suas enfermidades. Após uma viagem cansativa, escreveu: "Estou bastante abatido no meu corpo. Sinto-me totalmente acabado. Tenho vontade de trabalhar para Jesus, mas faltam-me forças. Quando estive em Santa Catarina, fiquei muito enfermo do estômago, com uma forte gripe e dores no peito, pois voltei de um batismo com a roupa toda molhada e havia um vento muito frio. Mas o Senhor me ajudou. Entendo que, se continuar assim, vou terminar em breve a minha jornada".

Em 15 de agosto de 1932, Vingren retornou à Suécia, deixando a igreja no Rio de Janeiro, que pastoreou por mais de nove anos, sob a responsabilidade de Samuel Nyström. No Brasil, terra que tanto amava, ficou sepultada sua filha Gunvor. A igreja no Rio, sob sua direção, "cresceu mais do que qualquer outra no Brasil, naquele período; os batismos em água multiplicavam-se".

Na Suécia, enquanto enfermo, participava dos cultos da Igreja Filadélfia de Estocolmo, onde celebrou sua última vigília de ano-novo. Em junho de 1933, foi com a família para uma colônia de descanso, em Tallang, onde terminou seus dias. Gunnar Vingren faleceu no dia 29 de junho de 1933, às 14h45, em conseqüência de um câncer no estômago que o havia deixado muito fraco, desde 1930.

Sua esposa, Frida Vingren, testemunhou seu falecimento: "No dia 27, entre cinco e seis da manhã, ele recebeu a chamada para o Céu. Então, com os braços levantados, exclamou: "Jesus, como tu és maravilhoso. Aleluia! Aleluia!" Enquanto estava sob esse poder, leu-os quatro primeiros versículos do Salmo 84: "Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma está anelante, e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. Até o pardal encontrou casa e a andorinha ninho para si e para a sua prole, junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu. Bem aventurados os que habitam em tua casa: louvar-te hão continuamente!" Depois dessa experiência, viveu ainda por dois dias, quando por várias vezes disse que tinha saudade de ouvir o cântico dos anjos. Uma vez sentou-se na cama, levantou os braços e louvou a Deus, pois sentiu-se maravilhosamente livre.

Na quinta-feira, pela manhã, estava muito fraco e quase não falava. A única coisa que disse foi: "Está cantando o meu coração!" E, aos quinze minutos para as três da tarde, partiu para a eternidade sem a menor angústia. Começamos a orar e o poder de Deus veio sobre nós, fazendo-nos pensar que também iríamos para o Céu. Em menos de cinco minutos, tudo já havia passado e ele encontrara triunfante, através da morte, nas moradas eternas, enquanto eu, as crianças e alguns irmãos cantávamos com as mãos levantadas: "Encontra-me ali, encontra-me alí, naquele país, onde está Jesus!" Uma irmã viu, naquele momento, duas mãos traspassadas e estendidas, prontas para receber alguma coisa preciosa.

Antes de Vingren morrer, deixou a seguinte mensagem aos crentes brasileiros: "Diga-lhes que eu vou feliz com Jesus e, como um pai em Cristo, exorto a todos a receberem a graça de Deus, que quer operar mais santidade e humildade, para que possam receber os dons do Espírito Santo. Somente desta maneira a Igreja de Deus poderá estar preparada para a vinda de Jesus."

O pastor Lewi Pethrus (antigo líder da Igreja Filadélfia de Estocolmo) considerava-o um apóstolo: "Quando ele e Daniel Berg foram para o Brasil, eram apóstolos de Cristo tanto quanto Paulo e Barnabé, que também foram chamados apóstolos (...). Gunnar Vingren foi um grande dirigente. Daniel Berg tinha importantes qualidades individuais como trabalhador e homem de fé, qualidades que foram de suma importância para a colaboração mútua no trabalho pioneiro. Mas Vingren era o dirigente principal. E como dirigente tinha muitas qualidades e capacidade, que foram de grande ajuda para o novo movimento, que crescia rapidamente. Porém, era um homem sem vaidades, e vivia quase inconsciente do seu talento natural. Aconteceu com ele o que se passa com as verdadeiras e grandes personalidades, que somente depois que desaparecem, somente depois de terminada a sua obra e a sua vida, é que se vê e se compreende quão grande foi essa obra e essa vida. A firme convicção de sua chamada, sólida como uma montanha, o seu fervente zelo, o seu grande entusiasmo, juntamente com sua prudência, eram traços característicos que ninguém podia deixar de ver. Ele enfrentou muitos riscos e perigos diversos, porém, miraculosa e maravilhosamente sempre as superou. Ele pertenceu àquela categoria de mensageiros de Cristo que teve de passar por profundos sofrimentos, mas que, por meio de uma fé viva e de uma íntima comunhão com Deus, sempre viveu uma vida feliz."

ANEXOS:




                                   Antigo templo da Igreja Batista em Belém do Pará



                                    Frida num momento de descontração com os filhos

                                   Gunnar Vingren, esposa Frida e filhos 

Missionários Gunnar e Frida Vingren, pioneiros da
Assembléia de Deus no Rio de Janeiro - RJ. 


                                              Diário do Missionário Gunnar Vingren.
Missionário Gunnar Vingren, sua esposa Frida Vingren e o
evangelista Sylvio Brito, trabalhando na expedição
do jornal Mensageiro da Paz, no Rio de Janeiro. (1931).  



Missionário Gunnar Vingren e família em viagem de regresso à Suécia (1932).