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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Os cinco primeiros pastores da Assembléia de Deus no Brasil

 Isidoro Saldanha de Oliveira

  Antes de a Assembléia de Deus haver completado dois anos, a falta de obreiros já era sentida em várias localidades onde igrejas e congregações se haviam estabelecido.
O primeiro crente das Assembléias de Deus no Brasil separado para o ministério pastoral foi Isidoro Filho. Foi ordenado pelo missionário Gunnar Vingren no princípio de 1912 para pastorear a igreja em Soure, na Ilha de Marajó (Pará).

Isidoro Saldanha de Oliveira, conhecido como Saldanha Filho ou “Caboclo”, nasceu em 29 de novembro de 1879, na Freguesia de Amarração, então província do Ceará. Por volta do ano de 1895, migrou com sua família para a cidade de Soure, na Ilha do Marajó, Província do Grão Pará, acompanhado de outros familiares.          Era reconhecidamente de personalidade forte. Isidoro Filho era alfabetizado, fez o curso de guarda-livros, posteriormente reconhecido pelo governo brasileiro como a profissão de contabilista. Em Soure, sobrevivia da pesca utilizando a técnica de captura de peixes em curral, nas praias do pesqueiro, e do mata-fome.
  Em 1903, aos 23 anos de idade, Isidoro Filho casou-se com Maria de Nazaréth Oliveira e tiveram 15 filhos, um deles, Jairo Saldanha de Oliveira, pastoreou de 1984 a 1993, a Assembléia de Deus de Imperatriz (MA).
Em junho de 1911, Isidoro Saldanha de Oliveira e sua família tiveram a grande oportunidade de conhecer o evangelho em Soure, por intermédio do missionário Daniel Berg. Isidoro Filho logo se tornou um pregador eloqüente e desbravador do evangelho. Em razão do milagre da salvação e por ser uma pessoa alfabetizada, detendo um nível de instrução acima da média das pessoas de seu tempo, logo se envolveu no trabalho evangelístico, propagando as Boas Novas.
  Em 1912, aos 33 anos, foi consagrado como primeiro pastor da recém-fundada Assembléia de Deus no Brasil. Gunnar Vingren escreveu, no livro Diário do Pioneiro, pág. 52, que, no princípio de de 1912, a igreja em Belém (PA) consagrou Isidoro Filho a pastor, o qual foi colocado na direção da AD de Soure, para cuidar do novel rebanho. Depois de 1916 a 1922, ele pastoreou a AD em Capanema (PA).
Em 1941, Isidoro Filho, após alguns anos de afastamento, por motivos pessoais, retornou suas atividades na obra de Deus, servindo, então, como auxiliar do trabalho da Assembléia de Deus de Soure, que funcionava na 3ª Rua. 
       Em 1945, Isidoro foi acometido por um derrame que o manteve deitado em uma rede por aproximadamente dois anos, sendo embalado quase que exclusivamente pela esposa. Em novembro de 1947, com 68 anos de idade, Isidoro Saldanha de Oliveira faleceu.

Absalão Piano

       O segundo pastor foi Absalão Piano, ordenado também por Gunnar Vingren no princípio de 1913, em Rio Preto, Tajapuru do Norte.
       Absalão nasceu em 31 de outubro de 1877, em Araúna (PB). Não há registro histórico sobre quando se mudou para o Pará e a data de sua conversão a Cristo. Ficou registrado, porém, que, em 1910, ao chegarem ao rio Tajapuru, no arquipélago Marajoara, os missionários pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg encotraram Absalão Piano, membro da Igreja Presbiteriana, quando então ele aceitou a doutrina pentecostal.
       Havendo comprovado a sua chamada para exercer o ministério pastoral, Absalão Piano foi ordenado, em 03 de outubro de 1913, aos 35 anos, tornando-se o segundo pastor a ser ordenado pelas Assembléias de Deus.
       Após um longo ministério pastoral nas Assembléias de Deus de Tajapurum, Viseu, Bragança, São Luiz (Estrada de Ferro de Bragança) e Tapiaí, todas no Estado do Pará, Absalão Piano foi jubilado em 1959, passando a residir em Belém (PA).
        Ficou conhecido por sua vida pastoral caracterizada pela humildade e resignação, sempre alegre e satisfeito com a igreja e com as condições de vida que a mesma lhe proporcionava. Jamais reclamou de nada. Faleceu em 02 de junho de 1963, aos 85 anos de idade na cidade de Belém. 


Crispiniano Fernandes de Melo

        
       O terceiro pastor ordenado pela Assembléia de Deus no Brasil foi, Crispiniano Fernandes de Melo, que serviu nas Ilhas paraenses. 
  Nasceu em agosto de 1885, era proprietário de Jupatí, uma vila do município de Afuá, no arquipélago da Ilha de Marajó, no Pará, e casado com Júlia Braz de Melo.                Quando os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren visitaram Jupati, ele se converteu, num sábado de maio de 1912, e após sua conversão, pregou para seus funcionários e todos aceitaram a Jesus. Desta maneira, em 1914, foi fundada a AD de Jupatí, a segunda igreja das Assembléias de Deus. Gunnar Vingren escreveu que ele trabalhava com borracha e viajou diversas vezes para um rio para testificar de Jesus.           Depois de um determinado tempo, havia  ali um grupo de uns sessenta crentes que Crispiniano mesmo batizou nas águas (provavelmente, esse local seria Jupatí). Foi sustentado pela AD de Belém (PA).
  Crispiniano também atuou na evangelização de Macapá, capital do Amapá.
Em 1974, aos 89 anos, ele se achava vivendo com sua esposa em Porto Santana (AP), amparado pelo pastor da AD local, Serafim Pires de Souza (irmão Souzinha), e pelo pastor de Macapá, Otoniel Alves de Alencar.


Pedro Trajano Pinheiro


       Trajano converteu-se ao evangelho na Igreja Presbiteriana Independente. Sobre a sua conversão, o pastor José Paulino Estumano de Morais, também crente presbiteriano na época, escreveu, no Mensageiro da Paz de maio de 1939:
Eu o conheci, desde 1907, na Estrada de Ferro. Nesse tempo, ele ainda não era crente, mas era um homem sincero e, por isso, quando ouviu a mensagem do evangelho, logo a aceitou, revelando-se, desde então, um verdadeiro servo de Deus.
Entre as boas qualidades que ele revelava, como cristão, destacava-se a humildade. Residiu, por muitos anos, em São Luiz E. F. B. e, nesse lugar, era como uma verdadeira testemunha de Jesus, sempre falando do seu evangelho e ganhando almas para o seu Reino.
  Pelos idos de 1912-1913, segundo escreveu Gunnar Vingren, no Diário do Pioneiro, Trajano ouviu falar do trabalho da Assembléia de Deus de Belém. Então resolveu visitar esta igreja, para ver e conhecer o que estava acontecendo. Ao ouvir os relatos do que Deus estava fazendo entre os crentes assembleianos, ele convenceu-se de que o Espírito Santo era uma realidade viva e atuante entre os pentecostais e voltou para contar aos crentes da sua igreja o que vira. Eles começaram então a buscar a Deus, e pouco tempo depois, em maio de 1913, Jesus batizou a primeira pessoa no Espírito Santo. Depois outros foram batizados. Este foi o princípio de todas as igrejas Assembléias de Deus naquela região.
  José Estumano de Morais, juntamente com um pastor e outro crente, procurou afastar Trajano da “nova idéia”, como diziam os presbiterianos. Ele respondeu com tanta firmeza acerca do que havia recebido de Deus, que deixou em confusão os seus amigos e continuou firme em sua caminhada na igreja pentecostal. Pouco tempo depois, em 1914, foi consagrado pastor, o quarto a receber a ordenação nas Assembléias de Deus no Brasil.  
  Por muitos anos, trabalhou em quase toda a Estrada de Ferro Belém-Bragança e colônias, havendo ganhado centenas de pessoas para Cristo. Gunnar Vingren também escreveu que Deus o dirigira a se mudar com a sua família da zona da borracha para outro lugar, chamado São Luiz, situado à beira da estrada de ferro, entre Belém e Bragança, que tinha uma extensão de 400 quilômetros. Ali havia alguns crentes de outras denominações não-pentecostais.  
Trajano tomou parte nas ordenações de vários obreiros, entre eles, José Paulino Estumano de Morais, que também se tornou pentecostal. Nunca temeu diante das dificuldades para servir a Deus e aos crentes, tanto na capital, Belém, como no interior, onde, muitas vezes, debaixo de chuvas torrenciais, ele viajou para atender as necessidades das igrejas.
  De 1915 a 1917, ele trabalhou como pastor auxiliar na AD de Belém, no pastorado do missionário Gunnar Vingren.
  Em 1918, ele foi para o interior do Estado da Paraíba. Em 1920, ele achava-se trabalhando novamente no Pará. Ele dirigiu, em 12 de julho de 1920, na casa de Joaquim Amaro, o culto que daria origem à AD de Bonito. O batismo dos primeiros convertidos também foi efetuado pelo pastor Trajano, em uma das visitas que este fez à pequena congregação.
  No ano seguinte, 1921, ele fez parte da primeira Convenção Regional das Assembléias de Deus paraenses, realizada na AD de Vila São Luiz, pastoreada por João Pereira de Queiroz.
  Atuou também nos Estados do Espírito Santo e São Paulo. Depois regressou novamente ao Pará e continuou a trabalhar nas zonas bragantinas. Dali em 1930, foi chamado para ser pastor auxiliar de Nels Nelson, na AD de Belém, permanecendo nesta função até a sua morte em 1939.


Adriano Nobre de Almeida

        O quinto obreiro, ordenado ao ministério pastoral em Belém, foi Adriano Nobre de Almeida, quando já se haviam passado cinco anos desde a fundação da Assembléia de Deus.
Nobre fora um crente presbiteriano, filho de seringalistas paraenses, nascido em Pacatuba (CE) em 1883. Era comandante de navio da Companhia Port Of Pará. Por falar inglês, ele serviu como intérprete para Gunnar Vingren e Daniel Berg quando chegaram a Belém (PA) em novembro de 1910, apresentado aos recém-chegados por seu primo Raimundo Nobre, então evangelista da Igreja Batista de Belém. Foi Adriano Nobre quem também ministrou aos pioneiros as primeiras lições de língua portuguesa, tendo se tornado depois um obreiro valoroso a serviço do Movimento Pentecostal. Ele levou Vingren e Berg para passarem alguns meses nas ilhas, num local chamado Boca do Ipixuna, no rio Tajapuru, ficando hospedados no quarto de Adrião Nobre, irmão de Adriano. Quando Frida Vingren chegou em 1917, ele também foi seu professor de português. 
        Foi consagrado pastor em 1916 por Vingren. Quando Vingren fez a sua primeira viagem à Suécia entre 1915 e 1917, Nobre ficou dois anos como pastor da igreja de Belém. O nascimento da Assembléia de Deus em três Estados brasileiros recebeu a contribuição do trabalho evangelístico de Adriano Nobre. 
        Por volta de 1914-1915 ele foi enviado pela igreja de Belém ao sertão do Ceará para dar prosseguimento ao trabalho iniciado por Maria Nazaré na Serra de Uruburetama. 
        Em 1916, ele também foi enviado a Recife (PE) pela igreja de Belém a fim de estabelecer os primeiros trabalhos pentecostais permanecendo ali até 1918. Em Natal (RN), quando os primeiros crentes desejaram ser batizados em águas, o obreiro enviado pela igreja de Belém para realizar o batismo no rio Potengi foi Adriano Nobre. Ele permaneceu naquela nascente igreja entre os anos de 1918 e 1919.
       Editou a primeira edição da Harpa Cristã publicada em 1922 em Recife (PE), que passou a ser o hinário oficial das Assembléias de Deus. Na atual Harpa Cristã seu nome consta como autor da versão de cinco hinos: (2, 3, 10 e 413).
       Na edição de dezembro de 1923, do jornal Boa Semente, na página 4, há um aviso para se solicitar exemplares da Harpa Cristã ao pastor Adriano Nobre que se achava em Nova Cruz, no Rio Grande do Norte.
       Quando em 1924 os primeiros crentes pentecostais do Rio de Janeiro se reuniram para organizar a Assembléia de Deus na sua capital, convidaram Adriano Nobre para o pastorado da igreja, mas ele não aceitou.
       Em seu intenso trabalho evangelístico, Nobre sofreu duras perseguições e privações.
      Celina, filha de Nobre, foi esposa do falecido pastor Antônio Augusto Rocha e mãe do pastor Davi Nobre Rocha, respectivamente antigo e atual pastores da AD de Rio Comprido (RJ).
      Faleceu em 1938, no Rio de Janeiro, aos 55 anos, vítima de tuberculose.  

Fonte: Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD)   

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Passa para o Senhor o pastor João Lundgren

Faleceu nesta manhã o pastor Ruben Johannes Lundgren, mais conhecido como João Lundgren, líder da Assembleia de Deus em Caxias do Sul (RS).

Missionário da Missão Sueca, pastor, presidente da Assembleia de Deus de Caxias do Sul (RS) e presidente de honra da Convenção das Assembleias de Deus do Rio Grande do Sul.

Pastor João Lundgren nasceu no dia 1º de outubro de 1926, durante o pastorado de seu pai, Simon Lundgren*, na cidade de Santos (SP). O missionário Daniel Berg, necessitando retornar à Suécia para tratamento de saúde, pediu ao companheiro Simon Lundgren, que na ocasião ajudava o pastor Otto Nelson, em Maceió (AL), que o substituísse na presidência da Assembleia de Deus santista.

João cresceu dentro das Assembleias de Deus, sempre ajudando seus pais no trabalho da igreja. Aos oitos anos de idade, sentiu-se um grande pecador e entregou-se a Cristo.

Em 1937, o missionário norueguês Jahn Sörheim organizou a primeira banda de música da Assembleia de Deus de São Paulo, na rua Cruz Branca 35, no bairro do Brás. João e seu irmão, Simon Rune, faziam parte, tocando instrumentos de sopro.

Na década de 40, trabalhou como secretário de Samuel Nyström, quando este pastoreava a Assembleia de Deus de São Cristóvão (RJ). Também era organista da igreja e maestro da orquestra. Quando Samuel Nyström voltou para a Suécia, em 1945, João foi para a AD de curitiba (PR), onde seu pai presidia a igreja.

Conheceu a jovem Maria de Lourdes Malinoski, descendente de imigrantes poloneses e italianos, na cidade de Curitiba (PR), com quem se casou em 28 de outubro de 1950. Deste matrimônio nasceram: Paulo Jorge Lundgren (in memoriam), Ruben Simon Lundgren, Raquel Angelina Lundgren Cavalcanti e Roberto José Lundgren, sendo acrecidos à família, noras, genro, netos e netas.

Na igreja em Curitiba, em 1952, João foi consagrado a evangelista; em 1953, foi convidado a substituir o missionário Leif Andersen*, assumindo a Assembleia de Deus de Iporã (PR); e em 28 de fevereiro de 1954, na cidade de Mringá (PR), foi ordenado pastor. Na mesma ocasião, a Assembleia de Deus de Londrina (PR), ligada a Ibiporã, recebeu sua autonomia e João Lundgren foi o seu primeiro pastor-presidente.

Em 1963, com o falecimento do missionário Nels Nelson* , a Igreja Filadélfia de Estocolmo (Suécia) havia perdido o último missionário em terras brasileiras e, desejando manter o vínculo missionário em terras brasileiras e, desejando manter o vínculo missionário com o Brasil, resolveu que o pastor João Lundgren iria substituí-lo como missionário, trabalhando em Porto Alegre (RS), junto com os missionários Nils e Mary Taranger*. Serviram ao Orfanato Lar Esperança, ao Asilo Gustav Nordlund, e também a pregação do evangelho.


Em 4 de fevereiro de 1966, assumiu o pastorado da Assembleia de Deus de Caxias do Sul (RS). Dedicado às áreas de música , João trabalhou com afinco para que a Escola Bíblica Dominical fosse um dos maiores cultos da igreja e, com a ajuda de seu filho, maestro Ruben Lundgren, formou a Orquestra Estrela da Manhã, que executa peças, dentre as quais, mais de 200 arranjos de sua autoria, da Harpa Cristã.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Missionário SIMON LUNDGREN

Missionário sueco
Evangelista, pastor e pioneiro das Assembléias de Deus em São Paulo e Paraná. 


Charles Leonard Simon Lundgren, nasceu em Upssala, Suécia, em 28 de outubro de 1898. 

Aos 18 anos, converteu-se ao evangelho, e uma semana depois, foi batizado no Espírito Santo. Seu batismo nas águas aconteceu em 11 de fevereiro de 1917. 

Casou-se com Linnea Leontina Lundgren em 10 de dezembro de 1921. Desta união, nasceram Simon Rune, Ruben Johannes, Ester e Ruth Débora.

O casal Lundgren chegou ao Brasil em 11 de dezembro de 1924, para ajudar o missionário Otto Nelson na cidade de Maceió (AL). Permaneceram na capital alagoana por seis meses. Em seguida, transferiram a residência para Recife (PE), onde ficaram até 1926, auxiliando o missionário Joel Carlson. Em agosto de 1926, mudaram-se para Santos (SP), onde permaneceram até abril de 1930. Durante esse período, Lundgren esteve à frente da igreja em Santos, sendo auxiliado pelos missionários suecos Anders Johansson e Jahn Sörheim.

Em 1930, viajou com a família para a Suécia, onde esteve até 1933, fazendo reforço e integração com sua Missão. Regressando da Suécia com a família, permaneceu durante um ano no Rio de Janeiro, assumindo a vice-liderança da AD carioca, substituindo missionário Samuel Nyström quando este viajava para o interior fluminense.

                Em São Paulo, teve um primeiro período, de julho de 1934 até 30 de março de 1935, cooperando eficazmente na evangelização do bairro do Ipiranga, onde uma congregação dava os seus primeiros passos. No segundo período, a partir de 30 de março de 1930 até 30 de abril de 1938, assumiu o pastorado da AD de São Paulo.
Em várias outras cidades do Estado de São Paulo, as Assembléias de Deus tiveram o empenho de Lundgren para fazê-las 􀁁lorescer em seu início: Jundiaí, Campinas, Nova Odessa, Rio Claro, São Carlos e Marília.

De 1938 a 1940, Lundgren esteve com a família novamente em sua pátria.
Em 1940, embora sob a influência da 2ª Guerra Mundial, voltou ao Brasil, e, desta feita, em junho daquele ano, fixou residência na Colônia Varpa, perto de Tupã (SP), durante dois anos. Em dezembro de 1942, assumiu o pastorado da Assembléia de Deus de Curitiba, substituindo missionário Bruno Skolimowski.
Desenvolveu grandemente a evangelização no Estado, alcançando várias cidades e colônias.  
Sua esposa, Linnea, dedicou-se muito ao trabalho ali, tornando-se um exemplo para os novos obreiros. Ela tocava órgão acompanhando os hinos.
Durante sua gestão em Curitiba, foi organizada uma banda de música maior, desenvolveu-se o coral de adultos e o de jovens, uma grande orquestra e uma banda juvenil. Seus dois filhos, Rune e Ruben, fizeram parte da banda de música fundada pelo missionário Jahn Sörheim em 1937, em São Paulo. Lundgren é o
tradutor do hino 16 “Despertar para o trabalho” da Harpa Cristã .
O número de membros da igreja aumentou consideravelmente, sendo necessário construir um novo templo-sede, inaugurado em 28 de maio de 1948.

Logo após a realização do Jubileu de Prata da AD no Paraná, em maio de 1955, Simon Lundgren passou a direção da igreja de volta para o pastor Bruno Skolimowski.
Depois de jubilado, em 1963, dedicou-se ao ministério do ensino, viajando por todo o Brasil, pregando a Palavra de Deus. 
Missionário Simon Lundgren foi levado ao descanso eterno em 12 de agosto de
1990, em Curitiba (PR) onde residia.

Fonte: Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD)

domingo, 6 de outubro de 2013

Missionário GUSTAV NORDLUND

Missionário sueco
Pastor, Fundador da Assembléia de Deus
no Rio Grande do Sul e ex-presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil.

Família Nordlund, junto ao Missionário Nels Julius Nelson
Nascido em 6 de junho de 1888, em Björkängs, Gustav Norlund aceitou a Jesus em 1916, e logo foi batizado no Espírito Santo. 

Em 1919 recebeu a chamada de Deus para vir para o Brasil. Casou-se com Hedwig Elisabeth em 1911.

Nordlund chegou da Suécia em 2 de fevereiro de 1923, acompanhado de sua esposa e seu filho Herbert. Aportaram em Belém do Pará, onde passaram oito meses. De lá, dirigiram-se diretamente para o Rio Grande do Sul, onde começaram o trabalho de evangelização. Era 3 de fevereiro de 1924. 

Em 15 de abril daquele ano, no primeiro culto que realizaram, na capital Porto Alegre, havia somente uma pessoa, que ao término da reunião se converteu. Era João Correia da Rosa, um ancião de 70 anos. 
A organização da igreja, no entanto, se deu mesmo no dia 19 de outubro de 1924, em uma casa da Travessa Azevedo, posteriormente comprada pela igreja para servir de templo. A inauguração do templo aconteceu em 20 de dezembro de 1925, com um culto em ação de graças e o batismo em águas de cinco novos crentes.

Em março de 1927, teve de viajar à Suécia, sendo substituído, por sete meses, pelo pastor Nels Nelson. Em 20 de outubro de 1929, atendendo ao progresso do trabalho, Gustav inaugurou um salão mais amplo em uma das artérias principais da cidade: Rua Cristóvão Colombo 580. À solenidade, compareceram amigos e vizinhos evangélicos, de modo que o auditório 􀀷icou inteiramente lotado. Ele sempre manteve um bom relacionamento com os vizinhos e outras denominações.
           
Em 1° de dezembro de 1929, Nordlund inaugurou o primeiro templo da Assembléia de Deus em Arroio do Só, município distante de Porto Alegre cerca de 360 quilômetros. Em 30 de outubro de 1931, fundou a Assembléia de Deus em Caxias do Sul. Em 25 de novembro do mesmo ano, batizou ali 12 novos convertidos.
Como o trabalho crescia vertiginosamente, em 1932, Gustav iniciou uma campanha para construção de novos templos. Na primeira coleta, recolheu “um conto e trezentos e dez mil réis”.
       
Em 21 de fevereiro daquele ano, Gustav fundou a Assembléia de Deus em Santa Maria (RS) e, no ano seguinte, levantou mais cinco novas congregações nos bairros da capital.
         
Em 1951, presidiu a Convenção Geral das Assembléias de Deus, cuja Assembléia Geral se deu em Porto Alegre. Em 1955, o missionário Nils Taranger substituiu Nordlund no pastrado da AD no Rio Grande do Sul.

Gustav Nordlund não só se preocupou com a evangelização na capital gaúcha. Também se notabilizou, juntamente com seu filho, Herbert Nordlund, na evangeli zação da vasta área fronteiriça com a Argentina, ganhando inúmeras vidas para
Cristo. 
         
Enfrentaram grandes perigos e perseguições em regiões onde era costumeiro o uso de facas e revólveres para inibir, ou mesmo matar, pessoas consideradas desagradáveis. Hoje, em todos esses lugares, há grandes igrejas pentecostais como resultado desse trabalho pioneiro. Morreu na Suécia, em 14 de setembro de 1973, aos 85 anos.



Fonte: Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD)

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Pastor CÍCERO CANUTO DE LIMA

Antigo líder e pioneiro das Assembleias de Deus no Brasil, ex-presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil e antigo líder das AD Ministério do Belém (SP) 


Um dos antigos pastores consagrados ao ministério nas Assembleias de Deus do Brasil, o pastor Cícero Canuto de Lima destacou-se pela sua liderança firme à frente de grandes igrejas. Ele era o representante da primeira geração das Assembleias de Deus no Brasil.

Nascido no dia 19 de janeiro de 1893, era natural de Mossoró (RN). Filho do casal João Filipe de Lima e Maria Justiniana de Lima. Ainda jovem transferiu-se com a família para o Estado do Pará, indo residir na cidade de Timboteua.

Sua conversão pode-se dizer, iniciou-se quando alguns jovens, inclusive o seu irmão carnal mais novo, lhe falaram sobre as suas experiências espirituais – curas, batismo com o Espírito Santo e dons espirituais. Em Timboteua, nessa época, existiam poucos crentes, todos novos convertidos, pois como em outros lugares, a Assembléia de Deus estava dando os primeiros passos. Um dia ao entardecer, um senhor conhecido passou em frente à sua casa, junto com outros rapazes, e parecia estar passando muito mal de saúde. Eles dirigiam ao salão, onde se realizavam os cultos. No dia seguinte, ele surpreende-se ao vê-lo logo de manhã, completamente recuperado. Cícero logo quis saber o que havia acontecido e perguntou ao seu irmão o ocorrido. Seu irmão informou-lhe que aquele homem estivera de fato muito doente, mas no momento da oração, foi curado instantaneamente e também recebeu o batismo com o Espírito Santo, falando em línguas estranhas e entoando cânticos espirituais.

Aqueles fatos o deixaram profundamente impressionado e ele não pôde mais esquecer: “Jesus batiza com o Espírito Santo”. Na madrugada do dia 1º de setembro de 1918, teve uma visão nítida, do que significava “batismo com o Espírito Santo”. Pela manhã comunicou aos seus irmãos e colegas, sua decisão de ir com eles naquela noite ao culto. Realmente foi e ao presenciar os sinais que se realizavam, pediu ao Senhor que o batizasse também e logo começou a falar em outras línguas e louvar ao Senhor. Cícero foi batizado com o Espírito Santo, antes mesmo de tornar pública sua decisão de ser um crente na pessoa de Jesus. Ele tinha então 25 anos de idade.

Dando assistência à congregação onde se convertera, por um período de dois anos, aconteceu um fato que modificou a sua vida. O dirigente da congregação precisando viajar, pediu que os crentes escolhessem aquele que deveria ficar em seu lugar interinamente por 15 dias, enquanto fazia um tratamento de saúde. O irmão Cícero Canuto foi escolhido por unanimidade. Essa posição foi depois confirmada pelo pastor do campo, de modo que o antigo dirigente, ao voltar três meses depois, ficou sendo a sua segunda pessoa. Algum tempo depois, tendo passado a direção do trabalho ao pastor Francisco Gonzaga da Silva, voltou a trabalhar no serviço material e então foi acometido por uma enfermidade, depois de se queimar com água quente no serviço. Perdeu tudo quanto tinha. Nem trabalho, nem dinheiro para tratar-se. Foi-lhe então revelado pelo Senhor que aquela enfermidade era uma repreensão por haver voltado ao trabalho material. Desde então, Cícero humilhou-se diante de Deus. Foi até a cidade de São Luiz (PA), e pediu ao pastor da igreja que orasse por ele e a enfermidade desapareceu.

Ao visitar o missionário Gunnar Vingren, que era o pastor da igreja pioneira em Belém, colocou-se à disposição para trabalhar na obra do Senhor e foi enviado ao seu primeiro campo de trabalho. Em 1923, foi consagrado pastor pelo missionário Gunnar Vingren. No ano seguinte, dirigiu-se ao Nordeste, chegando a João Pessoa, capital da Paraíba, em maio de 1924. A partir daquele ano, assumiu o pastorado da Assembléia de Deus de João Pessoa. O trabalho ali prosperou sob sua liderança. No município de Alagoa Grande foi vitima de grande perseguição. Onze homens armados cercaram-no para tirar-lhe a vida. Ele ficou preso dentro de casa onde um culto deveria ser dirigido. Três dos elementos que estavam sitiando a casa em atendimento as orações do pastor Cícero sentiram em seus corações uma estranha transformação e convenceram os demais a relaxarem o cerco e o pastor Cícero aproveitou e fugiu, andando 12 km, durante a noite, até chegar a um lugar seguro.


         Crentes reunidos em frente ao Antigo Templo Central da AD em João Pessoa (PB)

No ano de 1930, foi realizado a primeira Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, na cidade de Natal (RN), com a presença de 11 missionários e 16 pastores brasileiros. Nessa convenção, o pastor Cícero Canuto de Lima foi eleito o primeiro presidente da CGADB.


      Missionários e antigos pastores reunidos na primeira CGADB em Natal (RN) em 1930



Nos dias 7 a 15 de setembro de 1935, a AD em João Pessoa hospedou a quarta Convenção Geral, considerada uma das mais expressivas e representativas. Uma das notas da época afirma: “Os cultos bíblicos foram grandemente abençoados, quando 42 pessoas aceitaram a Cristo como Salvador e 11 crentes receberam o batismo com o Espírito Santo. Um dos mais velhos trabalhadores, muito impressionado, chegou a dizer: ‘Em três anos que estudei na escola presbiteriana, não aprendi tanto como durante o dia de hoje’”.

Em 2 de fevereiro de 1939, após 15 anos à frente da AD em João Pessoa, o pastor Cícero deslocou-se para o Rio de Janeiro, indo servir como co-pastor na AD em São Cristóvão. Não foi muito fácil para o pastor Cícero separar-se dos irmãos paraibanos, seus filhos na fé e seus cooperadores, cuja convivência havia sido redundada em grande amor para com eles. Por outro lado, desde há muito tempo, Deus tinha-lhe dado a conhecer que por seu intermédio faria uma grande obra no sul do país. Tinha chegado, portanto, a época do cumprimento daquela profecia, que havia sido confirmada por outros irmãos.

Ao chegar à igreja de São Cristóvão, começou imediatamente a atender à Obra, levando-a a uma escala de desenvolvimento em todos os setores. Naquele ano aconteceram grandes avivamentos, tanto na Capital como no interior do Estado. A obra de evangelização, as visitas e oração tiveram sempre o concurso do pastor Cícero de Lima. No ano de 1945, o missionário Samuel Nyström foi chamado à Suécia para trabalhar como Secretário de Missões da Igreja Filadélfia, em Estocolmo. Para ocupar a direção da AD em São Cristóvão, foi convidado o missionário Otto Nelson, que com sua esposa Adina Nelson, estavam trabalhando no Uruguai. O pastor Cícero Canuto de Lima, entretanto, continuou a sua atividade, e no dia 26 de agosto daquele ano inaugurou o novo templo em Rio Bonito – RJ, a cuja festa compareceu o prefeito municipal e diversas personalidades da região. Por essa época, e em atenção aos seus muitos esforços, o pastor Cícero recebeu da igreja uma licença de seis meses, que resolveu aproveitar visitando igrejas em São Paulo. Não sabia ele que chegara o momento de concretizar-se a sua chamada para a evangelização no sul do país. Chegando a São Paulo, começou a participar dos trabalhos da igreja no Belém, pastoreada pelo irmão Bruno  Skolimowisky. No ano seguinte, era convidado para assumir o pastorado da igreja em São Paulo.
Em 1946, o pastor Cícero Canuto de Lima, recebeu a presidência da AD no bairro do Belém, que então possuía oito congregações.
Intensificou-se o trabalho de evangelização nos bairros da capital paulista e no interior do Estado e Jesus continuou salvando almas e batizando os crentes com o Espírito Santo. O pastor Cícero, homem de Deus, seguro na observação da doutrina, reservou um dia por mês para estudos bíblicos no Belém – a primeira segunda-feira. Com a aprovação de Deus e a cooperação dos obreiros, essa reunião ainda hoje se realiza, sempre com aumento de freqüência. É normal o comparecimento de 800 a 1000 obreiros. A igreja do Belém cresceu em todos os bairros de São Paulo e atualmente são mais de 1200 congregações.



Deus colocou no coração do pastor Cícero Canuto de Lima, o desejo de evangelizar o Estado de Mato Grosso, e no ano de 1949 ele fez a sua primeira viagem num automóvel do ano de 1937, levando Bíblia, matula e um coração cheio de amor pelas almas. Cada parada que fazia era um ponto de pregação que se formava. Depois de sete dias de sofrimento na improvisada estrada, chegou à cidade de Campo Grande e dali visitou todo o Estado, deixando naquelas cidades, que na época eram inexpressivas e pequenas vilas, um trabalho formado e um pastor chamado e encorajado por Deus para continuar pregando o Evangelho.
O resultado disso, é que hoje nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, existem grandes igrejas com milhares de salvos na pessoa de Cristo.
 
Para a expansão desta grande obra, o pastor Cícero Canuto de Lima contou com a valiosa colaboração de inúmeros pastores, os quais também foram pioneiros em diversas regiões paulistas e mato-grossenses. Entre estes valorosos homens de Deus, destacamos: João Alves Corrêa, Alfredo Reykdal, João Pereira de Andrade e Silva (atuou como vice-presidente por 10 anos), José Wellington Bezerra da Costa (substituiu o pastor João Pereira na vice-presidência e em 1980 substituiu o pastor Cícero na presidência da AD no Belém), Alfredo Rudzite, Theodoro Tawkaniuk, Vicente Guedes Duarte, Carlos Padilha de Siqueira, Carlos de Assunção Mena, Antonieto Granjeiro Sobrinho, Aristóteles Torres de Alencar, Sebastião Rodrigues de Souza, Eduardo Pablo Joerk, Eliseu Feitosa de Alencar, Joel Amâncio de Souza, Elizeu Queiroz de Souza e João Orcine.

Pastor Cícero falando a igreja do Belém (SP) no dia de seu aniversário (1970)
Inauguração do Edifício-Sede da CPAD em em 27-09-1970

Com a presença de 1799 obreiros e sob o fogo do Espírito Santo, a Assembléia de Deus do Ministério do Belém realizou uma série de Estudos Bíblicos, em comemoração de seu Jubileu de Ouro, sob a direção do pastor Cícero Canuto de Lima, coadjuvado pelo seu vice-presidente pastor José Wellington Bezerra da Costa, efetuando-se também a tradicional Escola Bíblica do Belém, durante 23 dias e com a presença de pastores de quase todos os Estados do Brasil. O templo-sede esteve lotado todos os dias e dezenas de almas foram salvas e muitos crentes batizados com o Espírito Santo, enquanto muitos enfermos eram curados. Finalizando as comemorações, no dia 10 de outubro mais de 10 mil crentes reuniram-se para agradecer ao Senhor pelos 50 anos de existência da Igreja do Senhor na capital paulista.

No ano de 1980, após 34 anos à frente da igreja, foi jubilado, assumindo o seu lugar o pastor José Wellington Bezerra da Costa.

O pastor Cícero Canuto de Lima também presidiu as Convenções Gerais de 1947 e 1957. Por longos anos serviu a CPAD como conselheiro e nos seus últimos anos era Presidente de Honra do Conselho Administrativo da CPAD. Servindo ao Senhor por mais de 59 anos como Ministro do Evangelho, 34 dos quais como presidente do Ministério do Belém, em São Paulo, Cícero de Lima era um dos pioneiros de maior destaque nas Assembleias de Deus no Brasil. 

Após permanecer internado por vários dias no Hospital Ana Néri, no bairro da Mooca, em São Paulo, foi recolhido ao descanso eterno no dia 2 de outubro de 1982, aos 89 anos de idade. Seu corpo foi velado no templo-sede, à Rua Conselheiro Cotegipe – 273,  de onde saiu no dia seguinte rumo ao cemitério da Quarta Parada, no Belém. Mais de oito mil pessoas renderam suas últimas homenagens à memória do veterano pastor Cícero Canuto de Lima, considerado por muitos como um dos patriarcas e apóstolos da Igreja do Senhor Jesus no século 20. Ele de fato, empregou todos os anos de sua vida, desde a sua conversão, a semear as salutares doutrinas do Evangelho, que foram motivo de muitas almas encontrarem o caminho da salvação.
          
Ao falecer, o pastor Cícero deixou viúva, a irmã Ester Chaves de Lima, filhos, netos e bisnetos e uma imensidão de filhos na fé. 

ANEXOS:

Convenção Geral realizada em São Paulo (1937)


Crentes da Assembleia de Deus em São Paulo 


Antigo Templo-Sede do Ministério do Belém
Pastor Cícero Canuto de Lima com obreiros da AD em Corumbá - MS

Pastor Cícero de Lima em Corumbá - MS 

Pastor Cícero de Lima discursando

Pastor Cícero Canuto de Lima e outros líderes



Pastor Cícero Canuto de Lima no seu aniversário de 80 anos (1973)

Inauguração do Templo-Sede da AD em Santo André (SP)

Templo Central das AD Ministério do Belém
                             
 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Missionário NILS KASTBERG

Missionário sueco, evangelista, pastor das Assembléias de Deus de Belo Horizonte (MG) e do Rio de Janeiro (RJ), ensinador, redator do Mensageiro da Paz , comentarista de Lições Bíblicas da escola dominical e escritor. 

       
            Nasceu em 5 de janeiro de 1896, em Hållnäs, Uppland, Suécia. Aos 23 anos, recebeu a chamada de Deus e tornou-se evangelista da Missão de Örebro. Impulsionado pelo avivamento pentecostal, trabalhou como missionário na Estônia, de 16 de maio de 1923 até 11 de novembro de 1927.
           
           Eufrosyne Kastberg nasceu em Västerås, em 17 de janeiro de 1900. Em 1922, quando Gunnar Vingren, em visita à Suécia, pregou na igreja de Enköping, dirigida pelo pai de Eufrosyne, pastor Elias Hane, ele profetizou que ela seria missionária no Brasil. Kastberg registrou o momento:
           À tarde, quando estávamos nos preparando para tomar café antes de irmos para o culto, Eufrosyne – que naquele tempo ainda não era casada comigo –, ofereceu uma xícara de café para Vingren, mas ele disse: “Agora não         posso tomá-lo”.  E imediatamente começou a falar em outras línguas e profetizar.
        Através dele o Senhor nos disse, entre outras coisas: “Neste momento manifestarei o             meu poder”. Imediatamente Eufrosyne, que havia se sentado numa cadeira de balanço,         começou a falar em línguas e glorificar a Deus em voz alta. Ela buscara o batismo com         o Espírito Santo durante bastante tempo, e naquele momento estava recebendo a                   promessa! Depois que ela foi batizada com o Espírito Santo, Vingren pôs a sua mão               sobre ela e disse: “Irás ao Brasil!”. A chamada veio seis anos depois, como uma                     confirmação da profecia de Vingren, quando ela, que já era minha esposa, viajou                   comigo para o Brasil. 
       Depois que Eufrosyne recebeu o batismo com o Espírito Santo, pudemos então tomar          café, mas ainda louvando a Deus com júbilo. ( Diário do Pioneiro , pp. 215, 216 ).

       Kastberg casou-se com Eufrosyne em 24 de agosto de 1924 e
foi pai de quatro filhos: Nils-Ivan, Nils-Eber, Gull-Eivon e Gull-
Britt.
       Após receberem a chamada de Deus para trabalhar no Brasil,
foram enviados pela Igreja Filadélfia de Estocolmo.
       Em 7 de junho de 1928, desembarcou com sua esposa em Recife (PE), sendo recebidos pelo missionário Joel Carlson, que pastoreava a igreja naquele Estado. Os primeiros meses foram de adaptação e de aprendizado do idioma. Não tardou muito em iniciar suas atividades, pois acompanhava os crentes em suas visitas às cidades do interior. Em janeiro de 1929, participou, com alguns crentes, de uma visita à igreja dirigida pelo pastor Cícero Canuto de Lima, na Paraíba.
        De 1929 a 1931, Kastberg dirigiu a AD de Recife, durante a ausência de Joel Carlson, que viajara à Suécia. O período em que dirigiu o trabalho ali foi de muito progresso, tanto no interior como na capital.
Missionário Nils Kastberg e família

        Em 1931, com a transferência de Clímaco Bueno Aza de Belo Horizonte (MG) para Juiz de Fora, para organizar uma Assembléia de Deus ali, Kastberg foi convidado pela igreja da capital mineira para assumir sua direção. A posse se deu em 2 de agosto daquele ano.
        Em seu pastorado, a igreja de Belo Horizonte e do interior mineiro se expandiu consideravelmente. Em 1932, Kastberg realizou a primeira Convenção Estadual da AD em Minas Gerais. O crescimento provocou o ódio dos opositores. 
Em uma de suas visitas ao bairro Venda Nova, enquanto dirigia um culto, foi cercado por uma multidão que, quebrando um muro, o apedrejou.
       Em abril de 1933, Nils Kastberg deixou o pastorado da AD mineira, sendo substituído por Anders Johansson.
        Transferindo-se para o Rio de Janeiro, assumiu, em 8 de julho de 1934, o pastorado da Assembléia de Deus de São Cristóvão. A igreja ali não tinha casa própria. O salão de cultos, à Rua Figueira de Melo 232, era insuficiente e inadequado para uma igreja situada na então capital do país. Por isso, em 1937, começou uma campanha para construção do templo. O local escolhido foi o Campo de São Cristóvão 338. Com o apoio financeiro vindo de todo o país, em 4 de março de 1938,
inaugurou o novo templo, com repercussão em todo o território nacional.
       Após essa vitória, em 27 de novembro de 1938, entregou o pastorado a Samuel Nyström*. Entre outras cidades onde os trabalhos foram dirigidos por ele, está Nova Friburgo (RJ). Kastberg deu avanço aos trabalhos da AD local.
       Nils Kastberg nunca recebeu salário da igreja brasileira. Em certa ocasião, foi votada em seu favor a importância de 60 mil réis, para ajudar no pagamento da garagem onde a igreja que dirigia se reunia. Mas ele destinou essa quantia às obras de construção do novo templo. Sua ajuda financeira vinha exclusivamente da Missão Livre Sueca.
       Era um homem cheio do fogo do Espírito Santo. Sempre cantava os hinos em ritmo acelerado, como para divergir da monotonia das canções entoadas em outras igrejas da época. Instava com o povo para que se mantivesse animado. Sempre
comparecia aos cultos ao ar-livre.
      Durante a construção do templo em São Cristóvão, carregava tijolos em um carrinho, esquivando-se de um dos membros chamado Gênesis, que o admoestava nesses casos. Grande companheiro, ele gostava de honrar os outros obreiros. Por
ocasião da Santa Ceia, costumava entregar a direção do culto ao pastor Paulo Leivas Macalão.
      De três em três meses, Kastberg promovia, no Rio, uma confraternização. Chamava-a de “reunião para acertar os relógios”, à qual compareciam todas as igrejas da capital federal e Estados vizinhos. Nessas reuniões era uni􀁉icada a doutrina das Assembléias de Deus. Foi secretário da assembléia geral da CGADB em 1932, e vice-presidente em 1935.
      Deixou o Brasil em 1938, para trabalhar na Argentina. Chegou a esse país em 17 de novembro de 1940, após ter passado um período na Suécia. Na Argentina, trabalhou em Buenos Aires e em Rosário.
      Kastberg foi grande incentivador da literatura e da imprensa nas Assembléias de Deus. Trabalhou como redator do Mensageiro da Paz no período de 1932 a 1939. Foi ele quem convidou Emílio Conde para se dedicar em tempo integral ao jornal e que se
tornou primeiro jornalista da CPAD. Escreveu três livros: Alerta (anos 30), A Igreja , e Sangue e fogo (1947). A Harpa Cristã contém dois de seus hinos, compostos em parceria com Emílio Conde* (342 – “As Cordas do Coração” e 486 – “Vasos
Transbordantes”). Ele também foi colaborador dos jornais Boa Semente , Som Alegre e Mensageiro da Paz , do qual foi diretor por vários anos. Comentou 16 trimestres da revista Lições Bíblicas , da Escola Dominical. Ele foi um dos principais apologistas das doutrinas pentecostais na década de 30, escrevendo artigos nos periódicos da CPAD e ensinando em escolas bíblicas. Quando ocorreu a primeira grande dissensão nas Assembléias de Deus no Nordeste, por causa de ensinos
calvinistas, Kastberg defendeu firmemente a posição doutrinária da Assembléia de Deus em duas edições do Mensageiro da Paz.
         Sua esposa, Eufrosyne, era dedicada à música na igreja, tocando instrumentos e liderando o coral. São de sua versão os hinos 295, 297, 302, 305, 351 e 447 da Harpa Cristã.
         Nils Kastberg morreu em 20 de fevereiro de 1978, num acidente automobilístico na Argentina, onde ainda trabalhava como missionário. Eufrosyne morreu na Suécia, em 19 de março de 1988.

Fonte: Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD)