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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Pastor ORMÍDIO SIQUEIRA DAS NEVES

Pastor, pioneiro das Assembléias de Deus de Vitória (ES), Cachoeira do Raio e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. 


Pastor Ormídio Siqueira -
Apóstolo do Vale do Rio Doce
A nova geração de crentes por certo desconhece os nomes e os feitos dos grandes homens de Deus, que por Ele foram designados para árduas tarefas de pioneirismos e iniciação desta gigantesca Obra, sempre florescente, graças a atuação do Espírito Santo e à fidelidade daquela inolvidável plêiade de obreiros, legítimos homens de Deus. Um desses nomes é o do pastor Ormídio Siqueira das Neves, que foi um verdadeiro desbravador do Evangelho no Vale do Rio Doce.


Ormídio Siqueira nasceu em 17 de março de 1905, na cidade de Vitória (ES), filho de Faustino Siqueira das Neves e Eduarda Maria da Conceição. Converteu-se ao evangelho em 30 de dezembro de 1929, e 18 dias depois, recebeu o batismo no Espírito Santo. Recebeu a chamada de Deus para o ministério evangélico em 5 de dezembro de 1934.


João Pedro da Silva havia, em 22 de julho de 1932, fundado as Assembleias de Deus em Cachoeira do Raio, município de Aimorés, e de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, e as tornou ligadas à AD em Vitória (ES), onde era pastor. João Pedro não podia dar às igrejas de Governador Valadares e Cachoeira do Raio a assistência que elas necessitavam. Por essa razão, convidou Ormídio Siqueira, membro da AD em Vitória, para assumir o trabalho nas duas igrejas. A princípio, Ormídio Siqueira aceitou e, durante pouco mais de um mês, visitou e incentivou os novos convertidos a permanecerem firmes na fé. Porém, Ormídio Siqueira voltou a Vitória sem qualquer compromisso de regressar. 

Durante alguns anos, tanto a igreja de Governador Valadares como a de Cachoeira do Raio recebiam apenas visitas ocasionais de pastores ou evangelistas da igreja em Vitória. Em 17 de maio de 1934, o pastor João Pedro da Silva faleceu em Vitória. Ficaram, portanto, sem pastor as igrejas de Governador, Cachoeira e Vitória. Foi nessa ocasião que a igreja escolheu e separou para o pastorado das mencionadas igrejas Ormídio Siqueira. A ordenação de Ormídio a pastor aconteceu em 23 de maio de 1934.

No ano seguinte, em 8 de fevereiro de 1935, Ormídio Siqueira transferiu-se para Cachoeira do Raio, sem promessa de salário ou qualquer auxílio de ordem econômica. Ormídio e sua família passaram muitos dias sem almoçar ou jantar. Outros dias comiam alguns peixes que eles mesmos pescavam no pequeno rio que passava nos fundos da casa em que moravam. Ele fixou residência nas proximidades de Baixo Guandu, em Cachoeira do Raio, onde encontrou 70 crentes. 

Um fato importante serviu para as portas se abrirem ao progresso do evangelho na região. Em 15 de julho de 1935, seis meses após assumir a direção do campo, foi chamado às pressas à casa de uma família. Lá chegando, encontrou um dos filhos, Ephaim, de 10 anos de idade, quase morto, não se mexendo mais, nem mesmo com os olhos. Pastor Ormídio orou e a criança imediatamente ressuscitou, levantou-se e andou completamente curada. Indo a outro quarto, encontrou seu irmão mais velho, Joaquim, quase nas mesmas condições. Não se movia, não mais conversava. Orou por ele também. Foi igualmente curado. Ambas as crianças pediram comida. A mãe deles, Corina, teve medo de alimentá-los. A notícia desse fato correu célere. O povo viu que a mão de Deus estava estendida para salvar e curar.

O trabalho pioneiro de Ormídio Siqueira deu grande impulso e expansão à Assembléia de Deus de Governador Valadares e a todo o campo do Vale do Rio Doce. Pelos registros históricos pesquisados, ele teria cooperado em Vitória, além de nos anos de 1934 e 1935, também em 1944, entre o pastorado de Belarmino Pedro Ramos e Waldomiro Martins Ferreira.

Os primeiros auxiliares do pastor Ormídio, no campo do Vale do Rio Doce, foram: Francisco Miranda, José Agostinho Fabrício, João Firmino, Daniel Estêvão, João José Teixeira, Antônio José Teixeira, Leovegildo Cândido, Braz Odorico, Leonel Muniz, Oreste Muniz Filho, Joaquim Antônio Oliveira e Delourdes Fancisco Guimarães.

Pastor Ormídio Siqueira ao lado
do Miss. Algot Svenson e de Obreiros do Vale do Rio Doce
Em 1945, a sede do campo transferiu-se para Governador Valadares, a “Capital do Vale do Rio Doce”. Primeiro, um salão que comportava umas 40 pessoas, a princípio sob os cuidados do então diácono Oscar Guilherme. Depois, um salão maior na Rua Rio Grande do Sul, e finalmente um amplo terreno na Avenida Afonso Pena. Cerca de 3.000 pessoas assistiram a inauguração do templo, em 15 de julho de 1951.

A vida ministerial de Ormídio Siqueira foi cheia de manifestações sobrenaturais de Deus. Certa vez, quando ele realizava o batismo em águas de alguns novos convertidos, chegaram ao local dois homens armados para o açoitar e lhe fazer mal. De repente, surgiu, em sentido contrário, um outro homem, de grande estatura, e disse aos malfeitores: “Nada façais mal a este homem! Ele está fazendo um trabalho que Deus lhe mandou fazer. Se lhe fizerdes mal, haveis de vos ter comigo! E saiam daqui depressa...!” Nisso, ao preparar-se para o ato batismal, olhou para o local onde eles estavam e não viu a mais ninguém. Deu graças a Deus. Em outra ocasião, quando viajava por uma estrada, à beira de uma mata, dois homens estavam cortando a machado um grosso pau. Quando Ormídio ia passando, eles o jogaram para o seu lado. Naquele momento, viu quando um enorme braço susteve aquele pau e o desviou para que não caísse sobre ele. Ormídio compreendeu que o braço de Deus se manifestara para o guardar.

Pastor Ormídio Siqueira pregando num
evento da AD em Coronel Fabriciano (MG)
O pastor Ormídio Siqueira dedicou 34 anos de sua vida ao Senhor como pastor e ganhou milhares de almas para Jesus. No dia 02 de março de 1969 realizou o último batismo nas águas em Tumiritinga. Dia 20 de março, pregou pela última vez no templo sede em Governador Valadares, recitando o seguinte trecho bíblico: “Bom está, servo bom e fiel, sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu Senhor”. No dia 23 do referido mês e ano, passou a descansar para sempre com o seu Senhor. Deixou viúva a irmã Margarida Libério Siqueira, filhos, genros, noras e netos.



Compareceram ao sepultamento do corpo do pastor Ormídio vários pastores e autoridades entre os quais: pastor Edvaldo Fernandes, da Igreja Presbiteriana; pastor Anselmo Silvestre, que presidiu o ato fúnebre e os pastores Oscar Guilherme, Ary Ferreira Coelho, missionário Philemon Rodrigues da Silva, vindos de Belo Horizonte; Geraldo Sales e Salatiel Fidélis de Souza, de Caratinga; Durval Santos, missionário Bernhard Snegrove, pastor Waldomiro Martins Ferreira, presidente das AD em Vitória (ES) e inúmeros obreiros do Vale do Rio Doce. Estima-se que cinco mil pessoas compareceram ao sepultamento.
Que a nova geração não se esqueça dos que primeiro lutaram. Eles já foram mas o seu exemplo fica, até que Cristo volte.

Fonte: Dicionário do Movimento Pentecostal

ANEXOS:


                               Pastor Ormídio Siqueira das Neves e família, em 1957


                          Obreiros do Vale do Rio Doce, reunidos no Templo-Sede da AD em
                                         Governador Valadares - MG (1957)



                                Pastor Ormídio Siqueira das Neves orando em um 
                                        culto ao ar-livre em Coronel Fabriciano

Antigo Templo-Sede das AD em Governador Valadares (MG)

Atual Templo Central das AD em Governador Valadares (MG)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Pastor JOSÉ ALVES PIMENTEL

Primeiro pastor consagrado na AD em Minas Gerais
Fundador da Assembléia de Deus do Vale do Aço
       



No início da Assembléia de Deus em Belo Horizonte, um jovem crente se destacou dos demais membros da igreja pelo seu entusiasmo na obra de evangelização. Deus o escolheu para a sua obra, e ele tornou-se um grande nome na galeria dos heróis da fé. Estamos falando do pioneiro das Assembléias de Deus na região no Vale do Aço, Pastor José Alves Pimentel, que por cerca de quarenta e seis anos trabalhou na senda do Evangelho.


Foto de 1928, quando José Alves Pimentel
ainda servia à Força Pública de Minas Gerais 
Nascido dia 14 de junho de 1910, na cidade de Alto do Rio Doce - MG, sendo os seus pais o casal José Alves Pimentel e Preciliana Portilho de Magalhães. Ainda jovem, mudou-se para a cidade de Belo Horizonte, onde entrou para as fileiras da Polícia Militar de Minas Gerais. O jovem soldado nunca tinha ouvido falar do Evangelho que salva e liberta o homem do pecado. 

No ano de 1928, vendo um de seus colegas de farda ler a Bíblia, interessou-se pela leitura da mesma. Convidado pelo colega, foi ao templo central da Assembléia de Deus em BH, na época situado na Rua Contagem, bairro Carlos Prates.  Ali, ouvindo a pregação da Palavra de Deus pelo missionário Clímaco Bueno Aza, aceitou a Cristo como o seu Salvador. Foi batizado nas águas pouco tempo depois. Em 1929, num certo dia, às 2:00 horas da madrugada, estando o biografado de sentinela na Secretaria de Segurança Pública, com o fuzil na mão, foi batizado com o Espírito Santo, dando início ao seu trabalho na obra do Senhor.


José Alves Pimentel contraiu matrimônio com a jovem Joaquina Gonçalves Pimentel, em 23 de maio de 1931, em Belo Horizonte. Desta união nasceram doze filhos: Eunice, Enoque, Ester, Sulamita, Perciliana, Joel, Jessé, Aser, Samuel, Lutero, Moisés e Marta. Entre esses, nove já são falecidos.

Em 31 de dezembro de 1932, na primeira convenção estadual realizada em Belo Horizonte, José Alves Pimentel foi consagrado ao ministério, por imposição de mãos do missionário sueco Nils Kastberg. O biografado foi o primeiro pastor da Assembléia de Deus consagrado no estado de Minas Gerais.
  
A princípio ficou cooperando na AD em Belo Horizonte, sob a liderança do pastor Nils Kastberg que logo depois o enviou para a cidade de Sete Lagoas. Posteriormente, já sob a liderança do pastor Algoot Svenson, foi enviado para abrir o trabalho da AD em Barbacena, onde permaneceu por dois anos. Voltou a Sete Lagoas, para dar continuidade no trabalho iniciado anteriomente. Ali, sofreu as mais duras perseguições, sendo apedrejado pelos fanáticos inimigos do Evangelho. Tais perseguições foram movidas pelo padre Vidigal, com o apoio do delegado de polícia local que proibiu o pastor Pimentel de pregar o Evangelho na cidade. O biografado insistiu na distribuição de literatura evangélica na cidade e o padre, furioso, prometeu fazê-lo comer os folhetos sob chicotadas. Certo dia, enquanto o pastor Pimentel fazia a distribuição de folhetos, o referido padre se aproximou e, segurando-o em plena rua, gritava palavras de ofensa ao biografado e ao Evangelho. Ao levantar o chicote para lhe açoitar o pastor Pimentel, providencialmente apareceu um homem de nome Quincas Norato, o qual se colocando entre a vítima e o agressor pediu ao padre que não fizesse aquilo com o pastor. Padre Vidigal baixou o chicote, retirou-se, andou alguns passos, voltou, porém novamente decidido a açoitar o pastor que permanecia quieto, calado, confiando no livramento do Senhor. Finalmente, por insistência de Quincas Norato, padre Vidigal desistiu de seu odioso intento.  
Posteriormente o biografado procurou o padre e lhe disse que nada tinha contra ele, pelo contrário, estava orando para que Jesus o abençoasse. Asperamente o padre respondeu:... "seu Jesus é um e o meu é outro, seu bandido!". Por fim, o padre afastou-se supondo que com aquele tom de voz ameaçador, Pimentel desistiria de pregar o Evangelho. O que aconteceu foi exatamente o contrário, pois com redobrado ânimo, e agora, já com a garantia do mesmo delegado de polícia, antes, perseguidor, o biografado continuou empregando todo o seu vigor na evangelização daquela cidade. Ao mudar-se para outra cidade, deixou o trabalho estabelecido e um bom número de crentes batizados nas águas.
O pastor José Alves Pimentel, além de ter cooperado no trabalho do Senhor em Belo Horizonte, onde esteve por três vezes, trabalhou em Sete Lagoas, Barbacena, Nova Era de onde também atendia o trabalho em João Monlevade e cidades adjacentes. Na cidade de Nova Era, também foi ameaçado de espancamento por pessoas enviadas pelo padre local. Em todos os lugares onde trabalhou o pastor José Alves Pimentel, Deus concedeu-lhe grandes vitórias, e hoje lá existem grandes igrejas, com milhares de  pessoas salvas por Jesus.

Pastor Pimentel comemora seu 64º aniversário junto
a esposa e os filhos Lutero e Moisés,
a filha Perciliana (Nenzita) e a neta Darlete

Sua filha Perciliana nos relata alguns fatos e experiências vividos por este servo de Deus que valem a pena registrar como  exemplo aos jovens obreiros que estão iniciando na carreira ministerial. O caminho trilhado por este valente homem de Deus, era cheio de espinhos. Duras provas, muita fome, dias e mais dias fora de casa e ameaças de morte. Esta era a rotina deste pioneiro, que apesar de tudo, tinha como alvo ganhar almas para Cristo, não importando os obstáculos à sua frente.
Certa vez o pastor José Alves Pimentel, ao voltar de uma viagem de muitos dias, chegou em casa tão abatido, magro e com a barba crescida, que os filhos não reconheceram. Então chamou o filho Enoque, e pediu-lhe que chamasse a mãe. A irmã Joaquina ao chegar reconheceu o marido, desfazendo a dúvida dos filhos sobre o suposto estranho. 
Em outra ocasião, quando ainda residia em Nova Era, ao regressar de outra viagem de longa duração, teve a triste notícia de que um de seus filhos havia falecido. 
Numa outra oportunidade, ainda residindo em Nova Era, enquanto viajava pregando a Palavra de Deus, sua família foi milagrosamente salva de uma grande enchente. A casa onde residiam foi totalmente inundada, mas pela providência divina a família havia saído pouco antes da inundação. Era uma época de muitas dificuldades, pois a pequena ajuda financeira que o pastor Pimentel recebia, vinha da igreja AD da Suécia, e mal dava para sustentar a sua família. Como o leitor pode observar, o trabalho das Assembléias de Deus foi marcado por grandes dificuldades. A igreja era constituída apenas por pessoas pobres e com pouca cultura, os obreiros trabalhavam exclusivamente pela fé. Mas também era visível o crescimento da igreja. 
Certo dia, um dos filhos pequenos do biografado, inocentemente colocou fogo próximo a sua casa. O fogo progrediu rápido, ameaçando alcançar a mata próxima à casa. Alguns homens, apavorados, gritaram a irmã Joaquina, tentando responsabilizá-la pela queimada. A irmã Joaquina chamou os filhos e oraram ao Senhor para resolver aquela situação. Deus prontamente atendeu a sua Serva, enviando uma grande chuva e apagou o incêndio. Foi um grande milagre.  
Em 1948, foi enviado pelo ministério de Belo Horizonte para organizar a igreja em Coronel Fabriciano, o que foi feito em 08 de julho de 1948, conforme consta do estatuto da igreja. Antes desta data porém, o pioneiro realizou diversos trabalhos de evangelismo e batismo nas águas em nossa região. Contudo, ainda não residia em Coronel Fabriciano. 
No ano de 1950, o pastor José Alves Pimentel mudou-se com a família pela primeira vez para Coronel Fabriciano. Veio substituir o pastor José Gonçalves de Oliveira, que havia sido transferido. Foi enviado depois para Raposos, onde permaneceu por dois anos e dois meses. Em 1959, com o falecimento do pastor Geraldo de Freitas, foi designado novamente para dirigir a igreja em Coronel Fabriciano, onde permaneceu até o dia de sua chamada a eternidade.
Com esforços gigantescos, muita fé e resignação, conseguiu com a ajuda de Deus, formar a maior Assembléia de Deus do interior mineiro, em número de membros, e construir um dos maiores templos evangélicos na época. Os pastores que estão hoje na direção do grande trabalho no Vale do Aço, bem como outros obreiros, foram seus discípulos. Eram homens simples, criados na dura lida da zona rural, mas ao serem chamados pelo pastor José Alves Pimentel, deixavam tudo e seguiam as pisadas do mestre, na obra do Senhor. Seus principais auxiliares na construção desta grande obra, foram os pastores: Adalberto Paz Campos, Antônio Rosa da Silva, Adão Alves de Araújo, Abílio Gonçalves Dias, José Cândido Tavares, Raimundo Marcelino Gonçalves, Jandiro Cândido de Andrade, João Fernandes da Silva, José Pereira Santiago, Josias Pereira Santiago, José Pedro de Almeida, José Pereira da 
Silveira e diversos outros obreiros. 
Pastor Abílio Gonçalves, Antônio Rosa,
José Alves Pimentel e Adalberto Paz Campos

Em 1974, atendendo a um antigo desejo de seu coração, partiu em companhia dos pastores Antônio Rosa da Silva e Adão Alves de Araújo para a cidade de Alto do Rio Doce, sua terra natal, com o objetivo de estabelecer ali, o trabalho da Assembléia de Deus. Nos anos subsequentes, foram enviados diversos obreiros para trabalharem na obra de evangelização daquela grande região, que abrangia mais de vinte cidades, sob a supervisão do pastor Adão Alves de Araújo. 
No período de 10 à 13 de março de 1977, presidiu as festividades de inauguração do templo sede de Coronel Fabriciano, que contou com a participação de diversos pastores e autoridades, além de uma grande multidão de crentes oriundos de várias cidades mineiras. Em 14 de agosto de 1977, já bastante debilitado pela doença que o vitimou, compareceu na inauguração do templo na cidade de Ouro Branco, onde com muito entusiasmo pregou a Palavra de Deus.
A enfermidade que o vitimou foi longa e dolorosa. A igreja, porém, não descuidou de seu pastor. Por iniciativa conjunta do vice-presidente pastor Antônio Rosa da Silva e demais membros do ministério, a igreja colocou à disposição do enfermo toda assistência médica e cuidados que o seu estado de saúde carecia. Desde 1972, fez diversos tratamentos em vários hospitais e casas de saúde da região, e também de Belo Horizonte, além de clínicas particulares em Taubaté - SP e Crato no Ceará.
Consagrou toda a sua existência à obra de Deus, vivendo em constante preocupação com o trabalho do Senhor, principalmente com a igreja que dirigia. Pessoa decidida, não gostava de deixar nada pendente. E foi com esta firme personalidade que praticou o último ato administrativo de sua vida. Sentindo a vida escoar-se de seu corpo abatido e como que revelado do momento de sua partida, chamou a beira de seu leito o pastor Antônio Rosa da Silva e transmitiu-lhe a presidência do campo de Coronel Fabriciano. Depois de haver transferido o cargo e feito algumas recomendações importantes, reuniu forças suficientes e escreveu uma carta à igreja e ao ministério comunicando a sua decisão.
Nesta carta, com data de 29 de março de 1977, exortou a igreja a continuar unida e firme na doutrina. E, como que gozando antecipadamente das delícias do descanso eterno, onde o Senhor "enxugará dos olhos toda lágrima", saudou a igreja com o Salmo 133 e o hino "Irmãos Amados" - ( 175 da H.C ).


Dia 14 de maio de 1978, seria realizado mais um grande batismo nas águas no templo sede em Coronel Fabriciano. Com a notícia de que o estado de saúde do pastor Pimentel havia piorado, o trabalho foi suspenso, mas o povo não foi embora, preferindo continuar esperando novas notícias. Mas, esse foi o dia que Deus escolheu para levar o seu servo para o descanso eterno. Neste dia, às 22:55 horas, entrou nas moradas eternas, para estar para sempre com o seu Senhor. No momento de sua partida, estava rodeado pela sua esposa irmã Joaquina, pastor Antônio Rosa da Silva, alguns filhos, o então presbítero José Pereira Santiago e sua esposa, irmã Maria de Lurdes Pereira, que cuidaram do referido pastor durante a sua enfermidade. A notícia do falecimento do pastor José Alves Pimentel, logo se espalhou, e no dia seguinte, o templo estava repleto para o culto fúnebre. A cerimônia fúnebre que foi presidida pelo pastor Anselmo Silvestre, contou com a presença de diversos pastores, autoridades e inúmeros irmãos em Cristo, além de familiares do veterano pastor. No cortejo, foi calculado a presença de cerca de cinco mil pessoas.


Podemos dizer com toda a certeza que o pastor José Alves Pimentel, pioneiro das Assembléias de Deus em terras mineiras, combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a fé. Não se ouvirá jamais o timbre agudo de sua voz, cantando o seu hino preferido, "Irmãos Amados", 175 da Harpa Cristã, porque descansa no repouso dos justos, aguardando a primeira ressurreição, quando receberá a coroa da justiça, reservada aos heróis da fé.

Pastor Antônio Rosa e outros obreiros, visitando
o túmulo do Pastor Pimentel

















                                                                    José Alves Pimentel, foi um grande líder das Assembleias de Deus no Brasil. Homem íntegro, de muito respeito, severo às vezes, mas era também um pastor que tinha um grande amor pelas suas ovelhas. Não era chegado ao luxo e as ostentações. Mas a simplicidade era a sua principal característica.
Parte da família do Pastor José Alves Pimentel,
logo após o seu falecimento
A mesma boca que às vezes gritava até mesmo no meio da rua: "está excluído!", também proferia: "coitadinho do irmão, vamos ajudá-lo". Sempre entusiasmado com a obra de Deus, quando algo  chamava-lhe a atenção, logo exclamava: " Êta ferramenta!". Assim era o nosso pioneiro: Simples, amoroso, mas também de pulso forte. Sem dúvida deixou um grande exemplo para todos nós. Anos depois, a sua viúva, irmã Joaquina Gonçalves Pimentel também foi chamada a estar com o Senhor, deixando os filhos, netos e bisnetos saudosos. Se permanecermos fiéis ao Senhor, certamente encontraremos na eternidade com Cristo, este valoroso casal de pioneiros. 

ANEXOS:


Dona Preciliana Portilho de Magalhães,
mãe do Pastor José Alves Pimentel

Inauguração do Templo da AD em João Monlevade (MG)

Pastor José Alves Pimentel comemora o seu aniversário
ao lado da esposa irmã Joaquina - (Junho de 1974)



Templo-Sede das AD em Coronel Fabriciano - MG

   

Templo Central das AD em Ipatinga - MG
Templo-Sede das AD Ministério de Timóteo - MG