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sábado, 26 de maio de 2012

Missionário Otto Nelson


Missionário Sueco

Apóstolo das Assembléias de Deus no Nordeste



            O Brasil e em particular os Estados de Alagoas, Sergipe e Bahia são profundamente agradecidos ao Senhor pelo impagável serviço na Causa Santa, que tanto beneficiou a milhares de brasileiros na instrumentalidade do missionário Otto Nelson, um dos grandes apóstolos que nossa terra conheceu. Via-se em Otto Nelson um dos grandes apóstolos que palmilharam a nossa nação durante vários anos, produzindo muitos frutos para a glória de Deus, trabalho a que, aliás, não faltou a colaboração da sua fiel companheira, a saudosa irmã Adina Nelson.
            Otto Nelson nasceu na Suécia, em uma casa de campo da zona sul do país, a 11 de agosto de 1891. Em sua tenra infância, imigrou para os Estados Unidos da América por razões de trabalho. Lá se converteu Cristo e recebeu o batismo com o Espírito Santo.
            Orientado por Deus e recém-casado com Adina Petterson, viajou para o Brasil, tendo desembarcado em Belém do Pará no ano de 1914, sendo o terceiro missionário pentecostal a aportar em nossa pátria. Começou seu trabalho de evangelização em Belém, cooperando com os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg.
            No dia 21 de agosto de 1915, Otto Nelson chegou com a família em Maceió (AL) após uma longa viagem a bordo de um navio do Lloyd Brasileiro. Quando chegou, havia apenas seis pessoas que tinham recebido a mensagem pentecostal na capital alagoana. No dia 25 de agosto, quatro dias após sua chegada, reuniu-se com aqueles irmãos para cultuar ao Senhor, ocasião em que três deles foram batizados com o Espírito Santo. No início, Deus já confirmava a obra que iria fazer através de seus servos.
            Porém da mesma forma como bem cedo começaram a se manifestar as bênçãos de Deus entre o pequeno grupo, as perseguições e ameaças começaram. Satanás mobilizou todas as artimanhas para desencorajar o povo de Deus em Maceió. Porém, quando verificou que as ameaças não atemorizavam, enviou falsos profetas com mensagens desanimadoras. Quando o povo estava reunido para adorar a Deus, os falsos profetas, do lado de fora, gritavam: “Não vai, não vai, isso não vai”. Queriam dizer que o trabalho ali não iria prosperar.
            Durante alguns anos, ninguém queria se aproximar dos crentes. Muitos os evitavam. Enquanto isso, os crentes se aproximavam de todos e, com graça e amor, semeavam as Boas-Novas.
            Em 22 de outubro de 1922, Otto Nelson inaugurou o terceiro templo da AD no Brasil e o maior da denominação na época. Sua inauguração repercutiu em todo o Nordeste e atraiu para Maceió crentes de vários Estados.

            De 21 a 28 de outubro de 1923, Nelson realizou a primeira Convenção da AD em Alagoas, com a presença de irmãos e líderes de todo o país. Por esse tempo, morreu um dos filhos do missionário, que naquela época residia no bairro de Bebedouro, em Maceió. Na hora de realizarem o enterro foram surpreendidos com a informação de que o sacerdote católico romano não permitia que a criança fosse sepultada no cemitério local. Além de se opor ao enterro, levantou a população contra os pregadores do Evangelho. Foi necessária a intervenção das autoridades para que o enterro fosse realizado. E isso só pôde acontecer à noite, sob escolta policial, pois de outra forma não poderiam enterrar o menino.
            No ano de 1924, quando toda a capital alagoana foi castigada por uma tremenda inundação que arrasou e arrastou na correnteza casas, pessoas, animais e móveis, Otto Nelson abriu suas portas para abrigar os crentes que perderam suas casas.
            Em maio de 1930, o missionário entregou o pastorado da igreja a Algot Svenson e viajou para a Bahia. Lá, o trabalho também foi muito difícil. Seis meses de esforços foram necessários para realizar o primeiro batismo, com apenas quatro pessoas. “Aqui em Salvador ainda não podemos dar novas de grande progresso do trabalho, mas temos semeado a boa semente, e a temos regado com as nossas orações”, escreveu Nelson. Tempos depois, tudo se modificou, de forma que os batismos se sucederam e a igreja cresceu.
            Otto Nelson não cuidava só do trabalho na capital. Sua visão alcançava o interior do Estado. Em duas semanas em Valente, no município de Coité, mais de 20 pessoas aceitaram a Cristo. Treze foram batizadas nas águas e foi aberta ali uma congregação.
            Nesse período, foi convidado pelos irmãos de Aracaju a oficializar a igreja sergipana, que ainda estava sendo formada. Em 18 de fevereiro de 1932, Otto Nelson chegou a Sergipe, inaugurou e oficializou a nova igreja, que ficou filiada à AD em Salvador até 1949, quando ganhou autonomia; batizou seis novos convertidos (a igreja ali só tinha 11 crentes na época) e celebrou a primeira Ceia do Senhor no Estado.
            Durante seis anos, o missionário serviu à igreja baiana, a princípio na capital, e depois em todo o Estado. Em 1936, a igreja já estava em condições de promover sua primeira convenção estadual. Esse fato foi muito significa e atestou o progresso do Evangelho na Bahia. Nos dias 27 de abril a 3 de maio de 1936, a igreja em Salvador hospedou a primeira Convenção da AD na Bahia, que também foi muito concorrida. Na ocasião Otto Nelson deixou o pastorado da igreja para viajar à Suécia. Assumiu a direção em seu lugar o missionário Aldor Petterson.

            Em 1938, Otto Nelson viajou para Flores, em Buenos Aires, capital Argentina, onde assumiu a direção de uma igreja.
Em 18 de setembro de 1945, assumiu o pastorado da AD em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, onde trabalhou até o ano de 1947, sendo substutuído pelo missionário Nels Julius Nelson. Tempos depois, foi a Montevidéu, Uruguai, dar continuidade à obra de Deus ali. Foi neste último país que dedicou boa parte do seu labor no fim de sua carreira missionária.

Ao retornar à Suécia, apesar de sua avançada idade, gozava de perfeita saúde e em pleno vigor continuava a pregar a Palavra de Deus, viajando por todo o país. No dia 5 de dezembro de 1982, aos 91 anos de idade, o missionário Otto Nelson partiu para o descanso eterno.                 


         

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