Pioneiro das Assembléias de Deus no Brasil
Apóstolo do Século XX
Fundador
e Presidente do Ministério de Madureira
Considerado por
muitos como o Apóstolo do Século 20, o pastor Paulo Leivas Macalão foi
um dos maiores líderes que a Assembléia de Deus no Brasil teve. Homem de fibra,
de uma elevada moral, e possuidor de uma liderança firme. Era um verdadeiro
servo de Deus. A vida abençoada do pastor Paulo Leivas Macalão foi a
confirmação do verso 23 do Salmo 37, que diz: “Os passos de um homem bom são
confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se nos seus caminhos”.
Deus
confirmou todos os passos do pastor Macalão: na composição e adaptação de mais
de duas centenas de hinos da Harpa Cristã, na abertura de trabalhos, na
construção de templos, na organização de institutos bíblicos, na separação de
obreiros, no aconselhamento da Igreja, na assistência social.
Quantos benefícios pode trazer à humanidade
um homem da envergadura do pastor Paulo Macalão, exemplo de abnegação, de
testemunho vivo do Evangelho e de verdadeiro pai espiritual de uma família
cujos membros se contam por centenas de milhares em todo o país e no exterior.
Paulo Leivas Macalão foi um abnegado servo de Deus. Que sua vida, intimamente
ligada ao Senhor Jesus, o qual sempre guiou seus passos até as mansões
celestiais, seja um incentivo aos que levam a preciosa semente do Evangelho de
nosso Senhor Jesus Cristo.
Na cidade de Pelotas, no Rio Grande do
Sul, houve, em época distante, o casamento de um gaúcho de nome João Maria
Macalão, oficial do Exército Brasileiro, com uma jovem também gaúcha, exímia
pianista, Joaquina Georgina Leivas.
João Maria Macalão e Joaquina Georgina Leivas Macalão, em Porto Alegre, foram contemplados com o primeiro filho, Fernando, nome que recebeu em honra a São Fernando; mais tarde, Maria Isidora, assim chamada em honra à virgem Maria, e ao general Isidoro, amigo da família. As transferências se sucediam e o jovem
militar obedecia, como bom soldado que era. Desta feita, a cidade designada foi
Santana do Livramento. Ali, promovido a capitão, foi o oficial contemplado com
o nascimento do último filho que recebeu o nome de: Paulo Leivas Macalão,
tendo gravado em seu berço o nome e a imagem de São Paulo, apóstolo, dado a
religiosidade de sua extremosa mãezinha.
Paulo nasceu no dia 17 de setembro de 1903,
na cidade então chamada a mais fronteiriça, Santana do Livramento, no Rio
Grande do Sul. Sua cidade natal faz fronteira com a cidade de Rivera, no
Uruguai. Paulo foi criado dentro dos princípios que regiam as antigas famílias
gaúchas. Disciplina e método foram, portanto, as normas aplicadas na educação
do garoto. O capitão João Maria Macalão, foi novamente
transferido. A cidade indicada foi São Luís Gonzaga. A família que se fazia
acompanhar da governanta Sá Maria, se instalou em um casarão de compartimentos
amplos.
Paulo e os seus irmãos, Fernando e Maria,
tiveram sobre suas vidas a suavidade, o zelo e o carinho das mãos de sua mãe,
Dona Georgina. Os primeiros rudimentos da língua portuguesa ela os ensinou a
seus filhos, e desenvolveu neles a inclinação para a vida religiosa. Pois,
sendo católica e assídua às missas da igreja das Missões, D. Georgina sempre
conduziu consigo o pequeno Paulo, durante as longas procissões pelas ruas de
Santana do Livramento e posteriormente em São Luís Gonzaga. Paulo sofreu a
forte imposição do catolicismo ali dominante, e isso contribuiu, positivamente,
para traçar o perfil do seu espírito religioso. Também de sua mãe que tocava
piano, Paulo herdou o gosto pela música, aprendendo a tocar violino.
Tudo corria bem, até que no ano de 1908, Dona
Joaquina Georgina Leivas Macalão, acometida de uma depressão profunda, veio a
falecer, deixando Paulo com apenas cinco anos de idade e uma lacuna difícil de
preencher. Foi algo muito triste mesmo, e o oficial Macalão ficou desolado,
cuidando dos três filhos.
Desde menino, Paulo preocupou-se com a
profissão que iria escolher. Passou a infância dentro dos quartéis em companhia
do pai. Assimilara tudo sobre a vida militar, e João Maria Macalão desejava vê-lo
general. Mas alguém lhe dissera que a melhor profissão era a de médico, porque
o médico curava as pessoas de suas doenças. Então desde novinho, Paulo sentia o
desejo de fazer algo pelos outros, tirar a tristeza e encher de alegria o lar
que chorava, curar, amenizar a dor, enfim ajudar a quem quer que fosse. Nessa
época seu pai foi transferido para o Rio de Janeiro, e nessa cidade a vida do
jovem Paulo Macalão iria ter uma mudança radical.
Viajaram então os três irmãos para o Rio de
Janeiro, onde foram entregues aos cuidados do tio materno, Elpenor Leivas. Ali
chegando, Paulo e Maria foram estudar no Colégio Batista, na Tijuca, e Fernando
regressou ao Sul. No Colégio Batista, Paulo e sua irmã tiveram os primeiros
contatos com evangélicos, e deles receberam muita atenção. Nessa época, ouviram
falar de Jesus através dos professores do Colégio, entre os quais o Rev.
Francisco Soren. Mais tarde, Maria regressou ao Rio Grande do Sul, aonde veio a
se casar. O oficial Macalão voltou ao Rio de Janeiro,
indo comandar o Batalhão de Guardas, em São Cristóvão, onde também fixou
residência.
Paulo ao entrar em contato com os evangélicos
começou a sentir a chamada de Deus na sua vida, mas o pai queria que ele
seguisse a carreira militar. As discussões com o pai sucediam-se, porque Paulo
empunhava a Bíblia e o pai, que já era general, contradizia mostrando ao filho
os livros de Darwin. Nessa época, Paulo que havia feito o ginásio no Colégio
Batista, agora concluía seus estudos no Colégio Pedro II, um dos melhores do
Rio, mas que a maioria dos professores eram ateus, defensores das doutrinas
marxistas.
Um belo dia, aos 20 anos de idade, enquanto
andava pela calçada da Rua São Luís Gonzaga, em frente ao número 12, em São
Cristóvão, cabisbaixo, absorvido em seus pensamentos, Paulo teve sua atenção
voltada para um papel amarrotado jogado no chão. Tratava-se de um folheto
evangélico, mostrando o caminho da salvação. Este folheto tinha um endereço:
Rua São Luís Gonzaga, nº 12, onde funcionava a Igreja de Deus, também conhecida
como Igreja do Orfanato. O jovem Paulo resolveu visitá-la e entrou em contato
com os crentes que ali freqüentavam. Entre esses irmãos, alguns vieram de Belém
do Pará, onde haviam aceitado a Cristo na Assembléia de Deus, através das
pregações dos missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg. Desde a primeira
visita à igreja, Paulo tornou-se um assíduo freqüentador das reuniões que ali
se realizavam, até que no dia 5 de abril de 1924, durante o cântico do hino:
“Vem meu libertador”, rendeu-se aos pés de Cristo.
A igreja AD no Rio de Janeiro foi organizada
oficialmente no dia 30 de abril de 1924, ficando o irmão Heráclito Menezes como
pastor interino, João Nascimento como diácono e como secretário, o jovem Paulo
Leivas Macalão. Eram integrantes da nova congregação, além dos irmãos citados,
o irmão Eduardo de Souza Brito, sua esposa Florinda Brito e seus filhos.
O número de crentes daquela igreja havia
crescido e, com a ajuda do irmão Heráclito Menezes, foi lembrado o nome do
missionário Gunnar Vingren, que pastoreava a igreja em Belém do Pará, para que
fosse convidado a se transferir para o Rio de Janeiro a fim de arrebanhar
aqueles crentes. Aceito o convite, Gunnar Vingren mudou-se com sua família,
indo residir provisoriamente na casa da família Brito, e tornou-se o pastor da
pequena igreja. No primeiro batismo realizado na praia do Caju, em São
Cristóvão, no dia 29 de setembro de 1924, Paulo Leivas Macalão foi o segundo
crente a ser imerso nas águas pelo missionário Gunnar Vingren. No dia 3 de
novembro de 1924, em uma reunião de oração, recebeu o precioso batismo com o
Espírito Santo. Por essa razão, deixou de lado a carreira militar e dedicou-se
à tarefa de pregar o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Seu pai, depois de muito
relutar, cedeu ao desejo do filho, deixando de pressioná-lo para que
abandonasse seu intento.
Paulo Macalão, já batizado em águas e agora
cheio do Espírito Santo, iniciou um trabalho de evangelização, realizando
cultos ao ar-livre na Praça da República e o trabalho começou a crescer.
Censurado e incompreendido, o irmão Paulo, em setembro de 1926, decidiu
continuar seu trabalho evangelístico exclusivamente nos subúrbios da Estrada de
Ferro Central do Brasil, considerado na época, zona rural da cidade do Rio de
Janeiro. Trabalhou incansavelmente na evangelização de Realengo, Bangu, Campo
Grande, Santa Cruz, Marechal Hermes, bem como nos arredores do Estado do Rio de
Janeiro, como Petrópolis e Niterói. Várias congregações foram abertas nos
lugares onde passou. Nessa época com mais quatro ou cinco irmãos, tocando o seu
violino, acompanhado do irmão Balbino que tocava trombone, inaugurou um pequeno
salão à Rua José Machado, 76, em Vaz Lobo, onde residia o irmão Balbino. Nesse
mesmo local, foi fundada a Assembléia de Deus de Madureira em 15 de novembro de
1929.
Em 17 de agosto de 1930, o missionário Gunnar
Vingren, então líder da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro, aproveitando a
presença do pastor Lewi Petrus, (líder da Igreja Filadélfia em Estocolmo,
Suécia) o qual visitava o Brasil, consagrou o jovem Paulo Leivas Macalão, então
com 27 anos de idade, ao ministério pastoral.
Bangu foi a localidade que o pastor Paulo
Macalão escolheu para a sede de seus trabalhos evangelísticos. Nesse bairro,
com o desenvolvimento do trabalho, foi inaugurado dia 1º de janeiro de 1933 o
primeiro templo da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro. Essa igreja era
situada na Rua Ribeiro de Andrade, 65, onde muitas almas foram salvas e novos
obreiros separados para atender a expansão da obra.
Certo dia, ao regressar para casa, o jovem
pregador encontrou o seu pai extremamente enfermo. O pastor Paulo sentiu que o
velho general estava prestes a passar para a eternidade, tal era a gravidade do
seu estado. Portanto, não havia tempo a perder. Paulo Macalão mais uma vez
falou ao seu pai do amor de Jesus, e em seguida perguntou se ele não queria
aceitar a Cristo como Salvador. O velho respondeu “sim” com a cabeça. Depois,
com muita dificuldade, falou: “Meu filho, Deus escreve certo por linhas
tortas”. No dia 6 de setembro de 1933, o general João Maria Macalão
faleceu.
Em 17 de janeiro de 1934, com a presença de
vários irmãos de Bangu e de São Cristóvão, foi realizado no templo da AD em
Bangu, o enlace matrimonial do pastor Paulo Leivas Macalão, com a jovem Zélia
Brito. A cerimônia foi celebrada pelo missionário Samuel Nyströn, que
juntamente com sua esposa Lina Nyströn foram também os padrinhos do noivo. Na
ocasião a missionária Herma Muller entoou pela primeira vez o hino: “Cheios
de contentamento, estamos Senhor amado. Porque é o casamento, um teu bom
mandado” (150 da HC). Dessa união, nasceu-lhes no dia 20 de outubro de
1943, o único filho: Paulo Brito Macalão, que foi criado dentro de um lar
abençoado por Deus. Paulinho como era conhecido, seguindo os passos de seu pai,
tornou-se missionário, dedicando mais aos trabalhos de libertação.
Mais tarde, a sede do trabalho iniciado pelo
pastor Paulo Leivas Macalão foi transferida para Madureira. De lá, espalhou-se
para dezenas de municípios do Estado do Rio de Janeiro e também para outros
Estados, como: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do
Sul, Goiás, e também, Brasília, logo na instalação da nova capital
federal.
No dia 14 de março de 1948, uma multidão de
salvos, precedida por bandas de música, partiu do antigo templo situado à Rua
João Vicente, nº 7, rumo a um terreno localizado na Rua Carolina Machado, 174.
Neste local, às 15:00 horas desse dia, foi lançada a pedra fundamental do novo
templo.
As quase oito mil pessoas que se reuniram no
templo da Assembléia de Deus de Madureira, na noite de 1º de maio de 1953, não
estavam ali para contemplar os belos vitrais, as possantes colunas, os
ramalhetes de flores pintados no teto, os bancos, as paredes, as luzes, os
degraus, as portas, as galerias. Não. Eles ali estavam para sentir a presença
do Senhor, que pairava sobre a nave em toda a sua plenitude. Aquela igreja
representava um marco de vitória no doloroso e difícil caminho daqueles
pioneiros – Paulo e Zélia Macalão, e de todos os que professavam o nome do Senhor.
A inauguração contou com a presença de várias
autoridades, civis e militares. Ao som do Hino Nacional Brasileiro, a fita
simbólica foi desatada pelo representante do Vice-presidente da República, os
irmãos entraram no templo cantando hinos, e a festa espiritual começou.
Construído na terra, mas com janelas e portas espirituais abertas para o Céu,
só a eternidade poderá revelar o número de almas que já se converteram nesse
lindo templo.Seu interior, em estilo gótico, é cheio de
uma certa majestade que faz interiorizarem-se os sentimentos, levando o coração
e o espírito a adorarem a Deus. À noite, o amplo espaço da nave é invadido por
uma suave luminosidade. Numa sucessão de curvas graciosas, arcos góticos,
colunas entremeadas de ramagens floridas, cúpulas e pórticos de linhas dóceis,
terminadas em curvas entrelaçadas de flores de gesso, a beleza surge
espontaneamente aos olhos de quem se detiver a contemplar aquela Casa de
Oração. A tonalidade suave das paredes, a largueza e amplitude do teto coroado
de ramalhetes de flores artisticamente pintados, contribui para que as
diminutas lâmpadas, ocultas sob os frisos que se salientam em média – parede,
produzam em vários pontos, um bordado luminoso de várias cores. Porém, a
majestade de Cristo e o esplendor de sua presença é o que mais se busca ali, na
súplica e no louvor do seu santo nome.
As comemorações de aniversário desse templo
se tornaram um acontecimento extensivo a todas as igrejas filiadas ao
Ministério de Madureira. Durante os cultos, corais, grupos musicais e banda de
música de diversas igrejas e congregações comparecem à festa. As igrejas
co-irmãs apresentam os nomes dos candidatos ao batismo nas águas. Passam a
funcionar intensivamente os serviços de relações públicas, secretaria,
alimentação e hospedagem. As irmãs da CIBE – Confederação das Irmãs
Beneficentes Evangélicas entram em ação, cooperando na cantina da igreja,
servindo às mesas e comprando víveres.
As festividades têm início com a execução do
Hino Nacional e são encerradas com ele. Nos mastros do templo e da Escola São
Paulo há o hasteamento da Bandeira Nacional. Várias autoridades civis e
militares comparecem ao evento, além da presença de centenas de pastores,
evangelistas, presbíteros, diáconos e demais irmãos de diversos estados do Brasil.
O pastor Paulo Leivas Macalão foi evangelista
nos primeiros anos de crente, pregando o Evangelho pelos bairros limítrofes da
estrada de ferro Central do Brasil. Com sua frase característica, que gostava
de dizer: “Jesus Cristo salva, cura e batiza com o Espírito Santo”, ia
ganhando as almas para Cristo. Foi perseguido, caluniado, humilhado e até
apedrejado pelas ruas do subúrbio no Rio de Janeiro, mas nunca largou a
bandeira de Cristo, o escudo da fé, a couraça do Espírito, a espada de Deus, o
capacete do amor, e por isto conseguiu vitória absoluta e imparcial sobre todas
as hostes do maligno.
A primeira sede da Assembléia de Deus fundada
e pastoreada por ele foi erguida em Bangu. Lá foram dados os primeiros passos
de um ministério poderosíssimo, abençoado por Deus e repleto da força do
Espírito. Posteriormente, quando a sede do ministério foi transferida para
Madureira, além do majestoso templo matrís, surgiram grandes trabalhos
iniciados pelo pastor Paulo Macalão. Como exemplo, citamos: o templo da AD no
Brás – São Paulo, os grandes templos em Goiás e a famosa Catedral das
Assembléias de Deus em Brasília, que foi idealizada e inaugurada por ele,
poucos dias antes de seu falecimento.
Foram 52 anos de pastorado, 52 anos dedicados
integralmente ao Senhor. Era inspirado por Deus e por isso, 46,5% das letras
dos hinos da Harpa Cristã são de sua autoria. 188 hinos com letras traduzidas e
56 de autoria dele. Ao todo, 244 hinos escritos por este baluarte pentecostal.
Como músico que era, formou a primeira banda de música da Assembléia de Deus no
Rio de Janeiro.
Durante o seu longo ministério, o pastor
Paulo Leivas Macalão foi assessorado por muitos servos de Deus, designados pelo
Espírito Santo para se empenharem nas lutas em prol do Evangelho. Consagrar
obreiros, abrir novos trabalhos, empossar pastores e olhar o procedimento dos
que ainda não zelavam pelo rebanho, foram atividades longamente exercidas pelo
pastor Paulo.
Entre os muitos homens de Deus que auxiliaram
diretamente o pastor Paulo Macalão, parece que o que melhor o assessorou foi o
pastor Alípio da Silva, cujo temperamento era forte, mas amainado por uma
acentuada humildade cristã. Durante longos anos, esteve ele ao lado daquele
homem de Deus, dando sempre o seu parecer para a resolução das questões
difíceis que surgiam.
O pastor Alípio era um administrador por
excelência e foi co-responsável pela coesão do trabalho do Ministério de
Madureira nos diversos Estados onde penetrou. Ele começou auxiliando o pastor
Paulo, como secretário geral, depois foi tesoureiro geral e por longos anos
exerceu a vice-presidência do Ministério de Madureira, tendo exercido também
diversos cargos na CGADB. O pastor Alípio da Silva foi chamado ao descanso
eterno, apenas 21 dias antes do falecimento do pastor Paulo.
Outros homens de Deus que muito colaboraram
no ministério do pastor Paulo Macalão, alguns dos quais já dormem no Senhor,
foram os pastores: Antônio Moreira, Antônio Inácio de Freitas, Albino Gonçalves
Boaventura, Divino Gonçalves dos Santos, José Brandão Porto, Guilson Guilhard,
Abigail Carlos de Almeida, Álvaro Motta, José Eduardo Modesto, Antônio Ianoni,
Lupércio Vergniano, José Ramos dos Santos, Benjamim Felipe Rodrigues, José
Marques Sobrinho, Roberto Montanheiro, João Galdino de Lima, Sebastião Vieira
de Souza, Manoel Ferreira, Acácio Soares Martins, Manoel da Penha Ribeiro,
Manoel Francisco da Silva, Ades Antônio dos Santos, Narbal Soares, Carlos
Malafaia, José Leite de Lacerda, Otávio José de Souza, Sebastião José da Silva,
Nicodemos José Loureiro, Orosman Dagoberto dos Santos entre outros. O pastor
Manoel Ferreira, depois de uma longa folha de serviços prestados à causa do
Senhor em São Paulo e Brasília, há vários anos é o Presidente da CONAMAD –
Convenção Nacional dos Ministros das Assembléias de Deus do Ministério de
Madureira e Igrejas Filiadas, a qual recentemente teve sua sede transferida
para Brasília.
Pastor Paulo Macalão teve o privilégio de ao
longo de seu ministério, visitar igrejas em diversos países, tais como: Estados
Unidos, Inglaterra, Suécia, Espanha, Portugal e outros. Em 1973, em companhia
de outros renomados servos de Deus, participou da 10ª Conferência Mundial
Pentecostal em Seul – Coréia do Sul, ocasião em que visitou 11 paises, tais
como: Hong-Kong, China, Índia, Tailândia, Japão, Itália, Egito, Israel,
Portugal e Estados Unidos.
Além de ter sido o Fundador e Presidente do
AD em Madureira, por muitos anos, o pastor Paulo Leivas Macalão foi Conselheiro
da Sociedade Bíblica do Brasil; Presidente do Instituto Bíblico Ebenézer e da
Convenção Nacional dos Ministros das Assembléias de Deus de Madureira e Igrejas
Filiadas; foi Presidente do Conselho Fiscal da OMEB; Presidente de Honra da
UMADMEC – União da Mocidade das Assembléias de Deus em Madureira e suas
Congregações. Na CGADB, exerceu cargos importantes como presidente e
vice-presidente em algumas ocasiões. Foi vice-presidente do Conselho
Administrativo da CPAD, da qual era Conselheiro Vitalício. Por cerca de oito
anos, atuou como membro do Comitê Internacional que planeja as Conferências
Mundiais Pentecostais. Em Dallas, Texas, foi o representante do Brasil,
pregando numa das reuniões. Visitou igrejas na Inglaterra e a Igreja
Pentecostal Filadélfia em Estocolmo, na Suécia. Em Springfield, Missouri – EUA,
recebeu um certificado, quando de sua visita oficial a Igreja Central das
Assembléias de Deus na América do Norte.
O pastor Paulo recebeu o título de cidadão de
Anápolis – GO, de Nilópolis – RJ e do antigo Estado da Guanabara. Corrigiu e
ampliou a Harpa Cristã.
Não é possível avaliar o trabalho
desenvolvido pela Assembléia de Deus de Madureira na gestão do pastor Paulo
Leivas Macalão, pois ele cresce a todo o momento, como também em todos as
demais. Uma estatística aproximada em 1979 apontava cerca de 200 pastores, 500
evangelistas, 2000 presbíteros, 5000 diáconos, 4000 auxiliares, 6000 músicos,
600 igrejas, 1000 congregações e 3000 pontos de cultos. O total de membros e
congregados era estimado em 500 mil.
Não é fácil resumir toda a obra realizada por
aquele que foi, na opinião de pastores influentes e autoridades respeitáveis, o
maior líder evangélico do século 20. Como não poderia deixar de acontecer, um
dia ele deixaria seu tabernáculo terreno para habitar nas mansões celestiais. E
isto aconteceu na manhã do dia 26 de agosto de 1982. Estando enfermo nos
últimos anos de sua vida, o pastor Paulo apesar de sofrer resignadamente,
deixava transparecer que necessitava de socorro urgente. E os amigos foram
unânimes em suas orações e zelo.
Após dias com a família e dias em hospitais,
cercado de amigos durante dia e noite, todos lutavam para que a enfermidade que
o atingia, pelas orações, tivesse uma solução, mas Deus tinha outro plano. O
veterano servo do Senhor, pastor Paulo Leivas Macalão, com a mesma serenidade
que o caracterizava, teve um edema pulmonar agudo e dormiu no Senhor às 09:16
horas do dia 26 de agosto de 1982.
Para o irmão que o visitara na véspera, ele
disse: “Tive uma visão com o trabalho de Madureira; foi ele apresentado como
um grande bolo de aniversário e os obreiros de todo o campo ao redor dele”.
A partir da notícia de que o pastor Paulo
Leivas Macalão havia sido promovido à Glória, e que seu corpo seria velado na
Capela de Porta Aberta, nas dependências do Abrigo das idosas do SASE, na
Avenida Brasil, 30.000 em Realengo, começou um grande movimento de pessoas e
líderes evangélicos de todo o Brasil. Desfilaram diante do corpo do amado
pastor, desde os mais humildes artesões aos mais renomados líderes do
evangelismo pátrio; desde o devotado soldado ao ilustre general. Todos se
irmanaram ao povo de Deus levando sua palavra de carinho, admiração e o
compreensível lamento pela ausência, pela lacuna, pela falta de tão excelente e
necessária figura nas atividades religiosas do País.
Com muito custo, a multidão, já dia claro,
começou a se deslocar, dando passagem para a formação do cortejo fúnebre. Com o séqüito já chegando aos portais do
cemitério, e ainda, no Abrigo do SASE, em Realengo, deslocavam-se mais carros,
ônibus e várias outras viaturas em direção ao Parque Jardim da Saudade.
Uma multidão, de mais de 10 mil pessoas,
superlotava toda a área daquele cemitério. Em quase todos os rostos os sinais
das lágrimas, a ansiedade no olhar para gravar o último adeus, a angústia das
mãos acenando numa pungente despedida, os lenços amarrotados umedecidos pelo
pranto.
Quando o carro que transportava o corpo do
pastor Paulo Macalão chegava ao local do sepultamento, o dia que amanhecera
claro, sem nuvens, de repente é toldado por uma formação de grossas nuvens que,
rolando, levadas pelas mãos do vento, abriram-se deixando um espaço claro no
céu. Em torno desse espaço, ainda rodopiando, as grossas nuvens formaram um
grande circulo que, surpreendentemente, ia se matizando com as mais variadas
tonalidades, mais vivas e mais fortes do que as cores do arco-íris. Um quadro
impressionante que emocionou toda a multidão, principalmente, quando uma
garotinha de uns cinco anos, gritou, apontando para o alto: “Olha uma coroa
no céu!” Tratava-se de um fenômeno
natural, sem dúvida, porém muitos dos que acompanharam aquele maravilhoso
espetáculo no céu, entenderam que o Senhor se revelava majestosamente ao seu
povo naquele momento, como fizera com o povo de Israel no deserto, guiando-os
de dia com nuvem e à noite com a coluna de fogo. Quando o corpo do pastor Paulo
baixou a sepultura, aquele fenômeno desapareceu.
Naquela oportunidade, foi lembradas as
palavras do texto bíblico registrado em Ap. 2:10, que diz: “Sê fiel até a
morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
A perseverança em combater o bom combate foi
sempre o fanal do pastor Paulo Leivas Macalão. Ele soube cumprir com humildade
e coragem a árdua, porém, gloriosa missão que lhe reservou o Senhor Deus.
Ao partir para o eterno descanso, pastor
Paulo Leivas Macalão deixou muitas saudades na viúva, irmã Zélia Brito Macalão
(que também já dorme no Senhor), no filho Paulo Brito Macalão, na nora Edna
Santos Macalão, e nos netos Paulo Marcos e André Lúcio.
Seu neto, André Lúcio dos Santos Macalão,
continua os passos do avô, servindo ao Senhor como Pastor Presidente da Assembléia
de Deus em Caldas Novas (GO).
O Pastor Paulo Leivas Macalão, patriarca das
Assembléias de Deus no Brasil e fundador do Ministério de Madureira é sempre lembrado
com muito respeito e carinho, não só pelos seus 52 anos de pastorado
ministrando os ensinamentos da Palavra de Deus, mas principalmente pelos hinos
de sua autoria, cerca de 252 hinos, do maior hinário pentecostal do país – a HARPA
CRISTÃ, utilizada pelos milhões de crentes no Brasil, patrimônio histórico das
Assembléias de Deus – Ministério de Madureira. Corrigiu e ampliou a Harpa
Cristã em sua última edição. Passou a estar com o Senhor no dia 26 de agosto de
1982, aos 79 anos de idade.
Não é possível avaliar o trabalho
desenvolvido pelas AD Madureira (hoje representada pela CONAMAD), que cresce a
cada momento em todo o Brasil, mas uma estatística aproximadamente apontaria cerca
de 2500 pastores, 5000 evangelistas, 8000 presbíteros, 11000 diáconos, mais de
3500 igrejas, mais de 3000 congregações, com um total de aproximadamente
3.500.000 membros.
ANEXOS:
Paulo Macalão (na extrema direita assentado),
ao lado de pioneiros da AD no Rio de Janeiro
Antigo Templo da AD em Bangu (RJ) onde teve início
o Ministério de Madureira
Considerado por muitos como o Apóstolo do Século 20, o pastor Paulo Leivas Macalão foi um dos maiores líderes que a Assembléia de Deus no Brasil teve. Homem de fibra, de uma elevada moral, e possuidor de uma liderança firme. Era um verdadeiro servo de Deus. A vida abençoada do pastor Paulo Leivas Macalão foi a confirmação do verso 23 do Salmo 37, que diz: “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se nos seus caminhos”.
Deus confirmou todos os passos do pastor Macalão: na composição e adaptação de mais de duas centenas de hinos da Harpa Cristã, na abertura de trabalhos, na construção de templos, na organização de institutos bíblicos, na separação de obreiros, no aconselhamento da Igreja, na assistência social.
Quantos benefícios pode trazer à humanidade um homem da envergadura do pastor Paulo Macalão, exemplo de abnegação, de testemunho vivo do Evangelho e de verdadeiro pai espiritual de uma família cujos membros se contam por centenas de milhares em todo o país e no exterior. Paulo Leivas Macalão foi um abnegado servo de Deus. Que sua vida, intimamente ligada ao Senhor Jesus, o qual sempre guiou seus passos até as mansões celestiais, seja um incentivo aos que levam a preciosa semente do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, houve, em época distante, o casamento de um gaúcho de nome João Maria Macalão, oficial do Exército Brasileiro, com uma jovem também gaúcha, exímia pianista, Joaquina Georgina Leivas.
Paulo nasceu no dia 17 de setembro de 1903, na cidade então chamada a mais fronteiriça, Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Sua cidade natal faz fronteira com a cidade de Rivera, no Uruguai. Paulo foi criado dentro dos princípios que regiam as antigas famílias gaúchas. Disciplina e método foram, portanto, as normas aplicadas na educação do garoto. O capitão João Maria Macalão, foi novamente transferido. A cidade indicada foi São Luís Gonzaga. A família que se fazia acompanhar da governanta Sá Maria, se instalou em um casarão de compartimentos amplos.
Paulo e os seus irmãos, Fernando e Maria, tiveram sobre suas vidas a suavidade, o zelo e o carinho das mãos de sua mãe, Dona Georgina. Os primeiros rudimentos da língua portuguesa ela os ensinou a seus filhos, e desenvolveu neles a inclinação para a vida religiosa. Pois, sendo católica e assídua às missas da igreja das Missões, D. Georgina sempre conduziu consigo o pequeno Paulo, durante as longas procissões pelas ruas de Santana do Livramento e posteriormente em São Luís Gonzaga. Paulo sofreu a forte imposição do catolicismo ali dominante, e isso contribuiu, positivamente, para traçar o perfil do seu espírito religioso. Também de sua mãe que tocava piano, Paulo herdou o gosto pela música, aprendendo a tocar violino.
Tudo corria bem, até que no ano de 1908, Dona Joaquina Georgina Leivas Macalão, acometida de uma depressão profunda, veio a falecer, deixando Paulo com apenas cinco anos de idade e uma lacuna difícil de preencher. Foi algo muito triste mesmo, e o oficial Macalão ficou desolado, cuidando dos três filhos.
Desde menino, Paulo preocupou-se com a profissão que iria escolher. Passou a infância dentro dos quartéis em companhia do pai. Assimilara tudo sobre a vida militar, e João Maria Macalão desejava vê-lo general. Mas alguém lhe dissera que a melhor profissão era a de médico, porque o médico curava as pessoas de suas doenças. Então desde novinho, Paulo sentia o desejo de fazer algo pelos outros, tirar a tristeza e encher de alegria o lar que chorava, curar, amenizar a dor, enfim ajudar a quem quer que fosse. Nessa época seu pai foi transferido para o Rio de Janeiro, e nessa cidade a vida do jovem Paulo Macalão iria ter uma mudança radical.
Viajaram então os três irmãos para o Rio de Janeiro, onde foram entregues aos cuidados do tio materno, Elpenor Leivas. Ali chegando, Paulo e Maria foram estudar no Colégio Batista, na Tijuca, e Fernando regressou ao Sul. No Colégio Batista, Paulo e sua irmã tiveram os primeiros contatos com evangélicos, e deles receberam muita atenção. Nessa época, ouviram falar de Jesus através dos professores do Colégio, entre os quais o Rev. Francisco Soren. Mais tarde, Maria regressou ao Rio Grande do Sul, aonde veio a se casar. O oficial Macalão voltou ao Rio de Janeiro, indo comandar o Batalhão de Guardas, em São Cristóvão, onde também fixou residência.
Paulo ao entrar em contato com os evangélicos começou a sentir a chamada de Deus na sua vida, mas o pai queria que ele seguisse a carreira militar. As discussões com o pai sucediam-se, porque Paulo empunhava a Bíblia e o pai, que já era general, contradizia mostrando ao filho os livros de Darwin. Nessa época, Paulo que havia feito o ginásio no Colégio Batista, agora concluía seus estudos no Colégio Pedro II, um dos melhores do Rio, mas que a maioria dos professores eram ateus, defensores das doutrinas marxistas.
Um belo dia, aos 20 anos de idade, enquanto andava pela calçada da Rua São Luís Gonzaga, em frente ao número 12, em São Cristóvão, cabisbaixo, absorvido em seus pensamentos, Paulo teve sua atenção voltada para um papel amarrotado jogado no chão. Tratava-se de um folheto evangélico, mostrando o caminho da salvação. Este folheto tinha um endereço: Rua São Luís Gonzaga, nº 12, onde funcionava a Igreja de Deus, também conhecida como Igreja do Orfanato. O jovem Paulo resolveu visitá-la e entrou em contato com os crentes que ali freqüentavam. Entre esses irmãos, alguns vieram de Belém do Pará, onde haviam aceitado a Cristo na Assembléia de Deus, através das pregações dos missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg. Desde a primeira visita à igreja, Paulo tornou-se um assíduo freqüentador das reuniões que ali se realizavam, até que no dia 5 de abril de 1924, durante o cântico do hino: “Vem meu libertador”, rendeu-se aos pés de Cristo.
A igreja AD no Rio de Janeiro foi organizada oficialmente no dia 30 de abril de 1924, ficando o irmão Heráclito Menezes como pastor interino, João Nascimento como diácono e como secretário, o jovem Paulo Leivas Macalão. Eram integrantes da nova congregação, além dos irmãos citados, o irmão Eduardo de Souza Brito, sua esposa Florinda Brito e seus filhos.
O número de crentes daquela igreja havia crescido e, com a ajuda do irmão Heráclito Menezes, foi lembrado o nome do missionário Gunnar Vingren, que pastoreava a igreja em Belém do Pará, para que fosse convidado a se transferir para o Rio de Janeiro a fim de arrebanhar aqueles crentes. Aceito o convite, Gunnar Vingren mudou-se com sua família, indo residir provisoriamente na casa da família Brito, e tornou-se o pastor da pequena igreja. No primeiro batismo realizado na praia do Caju, em São Cristóvão, no dia 29 de setembro de 1924, Paulo Leivas Macalão foi o segundo crente a ser imerso nas águas pelo missionário Gunnar Vingren. No dia 3 de novembro de 1924, em uma reunião de oração, recebeu o precioso batismo com o Espírito Santo. Por essa razão, deixou de lado a carreira militar e dedicou-se à tarefa de pregar o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Seu pai, depois de muito relutar, cedeu ao desejo do filho, deixando de pressioná-lo para que abandonasse seu intento.
Paulo Macalão, já batizado em águas e agora cheio do Espírito Santo, iniciou um trabalho de evangelização, realizando cultos ao ar-livre na Praça da República e o trabalho começou a crescer. Censurado e incompreendido, o irmão Paulo, em setembro de 1926, decidiu continuar seu trabalho evangelístico exclusivamente nos subúrbios da Estrada de Ferro Central do Brasil, considerado na época, zona rural da cidade do Rio de Janeiro. Trabalhou incansavelmente na evangelização de Realengo, Bangu, Campo Grande, Santa Cruz, Marechal Hermes, bem como nos arredores do Estado do Rio de Janeiro, como Petrópolis e Niterói. Várias congregações foram abertas nos lugares onde passou. Nessa época com mais quatro ou cinco irmãos, tocando o seu violino, acompanhado do irmão Balbino que tocava trombone, inaugurou um pequeno salão à Rua José Machado, 76, em Vaz Lobo, onde residia o irmão Balbino. Nesse mesmo local, foi fundada a Assembléia de Deus de Madureira em 15 de novembro de 1929.
Em 17 de agosto de 1930, o missionário Gunnar Vingren, então líder da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro, aproveitando a presença do pastor Lewi Petrus, (líder da Igreja Filadélfia em Estocolmo, Suécia) o qual visitava o Brasil, consagrou o jovem Paulo Leivas Macalão, então com 27 anos de idade, ao ministério pastoral.
Bangu foi a localidade que o pastor Paulo Macalão escolheu para a sede de seus trabalhos evangelísticos. Nesse bairro, com o desenvolvimento do trabalho, foi inaugurado dia 1º de janeiro de 1933 o primeiro templo da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro. Essa igreja era situada na Rua Ribeiro de Andrade, 65, onde muitas almas foram salvas e novos obreiros separados para atender a expansão da obra.
Certo dia, ao regressar para casa, o jovem pregador encontrou o seu pai extremamente enfermo. O pastor Paulo sentiu que o velho general estava prestes a passar para a eternidade, tal era a gravidade do seu estado. Portanto, não havia tempo a perder. Paulo Macalão mais uma vez falou ao seu pai do amor de Jesus, e em seguida perguntou se ele não queria aceitar a Cristo como Salvador. O velho respondeu “sim” com a cabeça. Depois, com muita dificuldade, falou: “Meu filho, Deus escreve certo por linhas tortas”. No dia 6 de setembro de 1933, o general João Maria Macalão faleceu.
Mais tarde, a sede do trabalho iniciado pelo
pastor Paulo Leivas Macalão foi transferida para Madureira. De lá, espalhou-se
para dezenas de municípios do Estado do Rio de Janeiro e também para outros
Estados, como: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do
Sul, Goiás, e também, Brasília, logo na instalação da nova capital
federal.
No dia 14 de março de 1948, uma multidão de salvos, precedida por bandas de música, partiu do antigo templo situado à Rua João Vicente, nº 7, rumo a um terreno localizado na Rua Carolina Machado, 174. Neste local, às 15:00 horas desse dia, foi lançada a pedra fundamental do novo templo.
A inauguração contou com a presença de várias autoridades, civis e militares. Ao som do Hino Nacional Brasileiro, a fita simbólica foi desatada pelo representante do Vice-presidente da República, os irmãos entraram no templo cantando hinos, e a festa espiritual começou. Construído na terra, mas com janelas e portas espirituais abertas para o Céu, só a eternidade poderá revelar o número de almas que já se converteram nesse lindo templo.Seu interior, em estilo gótico, é cheio de uma certa majestade que faz interiorizarem-se os sentimentos, levando o coração e o espírito a adorarem a Deus. À noite, o amplo espaço da nave é invadido por uma suave luminosidade. Numa sucessão de curvas graciosas, arcos góticos, colunas entremeadas de ramagens floridas, cúpulas e pórticos de linhas dóceis, terminadas em curvas entrelaçadas de flores de gesso, a beleza surge espontaneamente aos olhos de quem se detiver a contemplar aquela Casa de Oração. A tonalidade suave das paredes, a largueza e amplitude do teto coroado de ramalhetes de flores artisticamente pintados, contribui para que as diminutas lâmpadas, ocultas sob os frisos que se salientam em média – parede, produzam em vários pontos, um bordado luminoso de várias cores. Porém, a majestade de Cristo e o esplendor de sua presença é o que mais se busca ali, na súplica e no louvor do seu santo nome.
As comemorações de aniversário desse templo se tornaram um acontecimento extensivo a todas as igrejas filiadas ao Ministério de Madureira. Durante os cultos, corais, grupos musicais e banda de música de diversas igrejas e congregações comparecem à festa. As igrejas co-irmãs apresentam os nomes dos candidatos ao batismo nas águas. Passam a funcionar intensivamente os serviços de relações públicas, secretaria, alimentação e hospedagem. As irmãs da CIBE – Confederação das Irmãs Beneficentes Evangélicas entram em ação, cooperando na cantina da igreja, servindo às mesas e comprando víveres.
O pastor Alípio era um administrador por excelência e foi co-responsável pela coesão do trabalho do Ministério de Madureira nos diversos Estados onde penetrou. Ele começou auxiliando o pastor Paulo, como secretário geral, depois foi tesoureiro geral e por longos anos exerceu a vice-presidência do Ministério de Madureira, tendo exercido também diversos cargos na CGADB. O pastor Alípio da Silva foi chamado ao descanso eterno, apenas 21 dias antes do falecimento do pastor Paulo.
Com muito custo, a multidão, já dia claro, começou a se deslocar, dando passagem para a formação do cortejo fúnebre. Com o séqüito já chegando aos portais do cemitério, e ainda, no Abrigo do SASE, em Realengo, deslocavam-se mais carros, ônibus e várias outras viaturas em direção ao Parque Jardim da Saudade.
ANEXOS:
Paulo Macalão (na extrema direita assentado),
ao lado de pioneiros da AD no Rio de Janeiro
Antigo Templo da AD em Bangu (RJ) onde teve início
o Ministério de Madureira
ouvi falar que era maçom.
ResponderExcluirIsso não era verdade.
ExcluirFoi meu pastor e sou testemunha de sua fidelidade a Deus. Nunca esquecerei seu trabalho pastoral. Queria me reencontrar com seu filho Paulinho.
ResponderExcluirGente porque a família Ferreira ta na presidência Hoje?
ResponderExcluirO certo não era a família macalão, os filhos os netos dele??
E verdade porque a familia Ferreira e não a familia macalao
ResponderExcluirÉ PORQUE O ÚNICO FILHO HERDEIRO DO PR.MACALÃO NÃO LEVAVA A SÉRIO A OBRA DO PAI,ERA MUITO INDEDICADO,POR ISSO E NÃO TINHA A CHAMADA E NÃO ERA ESCOLHIDO.
Excluir(MAS MESMO ASSIM FOI 3º VICE PRESIDENTE DO PAI EM MADUREIRA.
A DINASTIA FERREIRA TOMOU POSSE DE MADUREIRA E SE ACHAM OS DONOS , A COMEÇAR PELO SAMUEL FERREIRA NO BRÁZ ! QUERO DISTANCIA DESSA RAÇA !
ResponderExcluirNÃO TEM UM QUE PRESTE NA DINASTIA FERREIRA !
ResponderExcluirNão sabemos como estaria o ministério de MADUREIRA se a liderança fosse outra.
ResponderExcluirCertamente Deus está na direção.
ResponderExcluirSe por ventura existir alguma coisa encoberta, deixemos aos cuidados de DEUS.
ResponderExcluirDeuteronômio 29.29
Obs.nao sou membro de MADUREIRA, só admiro.
ResponderExcluirQue história extraordinária.
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